Fé sobrenatural e a Geração Profética

A história do cristianismo, bíblica e extra bíblica, nos permite e talvez até nos incite a sonhar com grandes realizações. Nestes últimos dias, temos proferido nas igrejas do Brasil e do mundo, através de versões e traduções da música God of this city, de Chris Tomlin o refrão: “grandes coisas estão por vir, grandes coisas estão por ser feitas nessa cidade...”.

Há um sonho em comum no coração dos cristãos! O sonho de realizar grandes coisas que venham marcar a história de nossas cidades, estados, nação ou, quem sabe, do planeta inteiro.

Somos influenciados por figuras da cristandade que, como verdadeiros heróis da fé, realizaram obras que impactaram seu tempo e mudaram radicalmente a história.

Esses homens e mulheres, alguns jovens e outros já velhos, mostraram com suas próprias vidas que existe uma via que pode nos conduzir a feitos extraordinários em nome de Jesus.

Coisas novas, grandiosas, espetaculares que são capazes de deixar pessoas chocadas, fazendo tremer estruturas de pensamento, abalando pré-conceitos... milagres fantásticos que trazem à existência coisas que nunca se pensou que poderiam acontecer.

Estas são as obras preparadas pelo Senhor de antemão para que andássemos nelas!

Em João 14 diz que Jesus realizou grandes obras e que os que cressem nEle, em seu nome, realizariam outras ainda maiores.

Há, contudo, uma espécie de regra geral que não pode ser ignorada para que cheguemos a esse patamar de fé. É como um trilho que não pode ser abandonado. Não é um simples conjunto de regras, de faça / não faça. É uma disposição nova e livre que gera uma atitude agradável a Deus em nós, a qual nos conduzirá a esse lugar de feitos sobrenaturais.

Marcos 11 narra uma situação, no mínimo curiosa, na qual Jesus procurava por frutos numa figueira e, não encontrando, a amaldiçoa a nunca mais frutificar. Ao constatar já no dia seguinte que a mesma havia secado completamente, Pedro demonstra sua curiosidade pelo assunto, ao que Jesus passa a ensinar, dizendo: “Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que se alguém disser a este monte: ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco”.

Jesus utiliza a maldição da figueira para ilustrar a magnitude do poder de Deus e sua aptidão para realizar coisas inimagináveis no mundo real. Se notarmos os detalhes do texto, veremos que nem era tempo de frutos sendo natural não haver figos naquela época, contudo, não creio que Jesus tenha passado por um acesso incontido de raiva contra a árvore. Não me parece do feitio do Mestre!

Penso que Ele estava ali, como sempre, um passo a frente dos discípulos visando ensinar a eles - e também a nós - acerca de um princípio que disciplina o poder da fé.

Jesus compara sua ação de “secar a figueira” com “mover montanhas ao mar”! Eu não saberia descrever numa simbologia exata o que significa tudo isso, se secar a figueira seja praguejar alguém e mover montanhas seja ultrapassar limites aparentemente intransponíveis. Deixo isso para cada crente em sua experiência pessoal no relacionamento com o poder da fé. Há, contudo uma ligação entre essas duas alegorias, que é o caráter extraordinário das mesmas.

Tente imaginar os efeitos naturais de você dizer a uma árvore: morra!, diante das pessoas e ela instantaneamente morrer; ou pior ainda, levantar as mãos e remover uma montanha de um lugar a outro, levitando diante dos olhos de todos. É uma situação cinematográfica!

No entanto, o desenvolvimento dessas habilidades jedi são declarados como possíveis pelo Senhor. Ele disse isso, está escrito, então deve ser verdade, concorda?

Se é possível e não estamos vivenciando essa realidade de dimensão de fé, então é porque está faltando algo, devemos ter saído do trilho.

Então qual é o mistério? Você pode estar perguntando agora...

A continuidade do texto de Marcos 11 responde ao meu coração de maneira decisiva essa questão, quando Jesus diz:“E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas”.

Jesus completa o texto que fala sobre o poder da fé que remove montanhas e seca as figueiras falando de perdão.

O trilho que nos conduz ao ambiente das grandes realizações em nome do Evangelho é o trilho do quebrantamento, da autonegação, do perdão. Em nossa caminhada de fé, naturalmente nos chocamos com outras pessoas, com outros pensamentos, com irmãos e líderes que acabam nos magoando muitas vezes involuntariamente.

Nesses momentos podemos criar feridas que nos impedem de seguir adiante e adentrar em dimensões de maior intimidade com o Senhor e sua vontade, pois Ele disse que devemos perdoar os que de alguma forma nos ofenderam, para que então, o Pai Celestial nos perdoe também.

Há quem diga que a oração é a chave do poder, outros garantem que é o jejum, há os que acreditam que é a adoração, o conhecimento, ou uma poderosa cobertura espiritual. Contudo, conheço muitos irmãos que oram, jejuam, cantam, conhecem a Bíblia e estão debaixo da cobertura de grandes apóstolos, mas suas realizações não têm revolucionado nem a eles mesmos, por causa de suas mágoas.

Irmão, quem não consegue secar a “figueira sem frutos da mágoa” de dentro de si, não será capaz de realizar grandes obras em nome do Senhor. Perdoar os que nos ofenderam, abre a porta e disponibiliza os trilhos do poder sobrenatural da fé diante de nós e, a partir disso, seremos capazes novamente de mover montanhas diante dos olhos dos homens. Escreveremos a história, influenciaremos uma geração e seremos colocados no hall da fama dos heróis da fé.

Continuemos orando, jejuando, adorando e conhecendo mais as Escrituras, mas a partir de hoje, tomemos uma nova postura para que possamos entrar num novo nível de fé: perdoemos aos que nos ofenderam!

Shalon

rafa

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