Colher ou acolher


Li dia desses a seguinte frase: "NADA SE CONCRETIZA NA TERRA SEM ANTES SER GERADO NOS CÉUS ATRAVÉS DA INTERCESSÃO!"
Me perdoem os entusiastas da confissão positiva, os quais apregoam esse tipo de teologia, mas tenho sérias dúvidas se as coisas são assim mesmo.
Tipo, há tanta gente orando, subindo em montanha, pagando "micos king kongs" em atos proféticos, enquanto nossos jovens ao invés de se converter, entregam-se mais e mais ao crack...

Estamos tão aficionados por uma grande colheita que embarcamos em muitos métodos, os quais são vendidos como receitas infalíveis para gerar crescimento e conquista territorial por parte das igrejas.

Na minha humilde visão bíblica, esse lance de conquista de cidades não parece uma prática evangélica, pelo contrário, me traz a memória o desejo do coração do poderoso Ninrode em edificar uma cidade que tocasse os céus e estabelecesse seu nome para sempre, a conhecida Babel.

Em um caminho inverso, a Bíblia mostra Jesus olhando para a cidade, tendo compaixão dela, pois estavam todos perdidos como ovelhas que não têm pastor. O que o Mestre fez:

1) Subiu numa montanha a passou a dar ordens e fazer orações com declarações proféticas?
2) Fez um ato profético?
3) Tocou o shofar?
4) Intercedeu por eles?

Digo com todas as letras: N. D. A. Jesus passou a ensinar as pessoas daquela cidade!

Na boa, esse lance de confissão positiva tem sido usado por alguns para esconder sua inoperância cristã, algo como fé sem obras, entende!!! E que me provem do contrário, por favor...

Não seria um tempo de profetizar menos e amar mais?? Parar para se importar com as pessoas de verdade, ter compaixão delas, gastar tempo com elas, ensiná-las o que sabemos.
Me encanta as palavras do apóstolo Paulo, quando ele disse: "eu não me envergonho do Evangelho, pois é o poder de Deus para salvação...".

Não é tempo de subir em montanhas, de ficar enclausurado em igrejas mosteiros. Voltamos à idade das trevas, quando um mundo inteiro se perdia, jazendo em seus pecados, enquanto monges apreciavam a Luz das profundezas bíblicas ao sabor de deliciosos vinhos?

As experiências mais profundas que tivemos em nossa espiritualidade devem agora nos conduzir à Missão maiúscula da Igreja de ser a luz do mundo, de amar e ensinar aos que se perdem, sem se envergonhar do poder de Deus, que é o Evangelho.

Traduzindo o sentido oculto da colheita das almas para a Luz de Deus, entendamos que não estamos colhendo plantas, mas sim, pessoas, vidas que foram amadas por Deus e pelas quais Jesus morreu.

Colher, nesse sentido, significa acolher!!

Vamos à colheita / fé sem obras é morta / não nos envergonhemos do Evangelho / não somos meros intercessores.

rafa,
na revolução

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