Jesus estabeleceu Sua Igreja e paralelamente a isso, legou-lhe a chave do Reino. O Reino não é a Igreja, ele é mais do que a Igreja. A experiência real de Igreja pode ser vivida e estabelecida aqui neste mundo. Podemos constituir e instituir a Igreja na terra, contudo, não podemos fazer o mesmo com o Reino, pois ele está além disso. É uma promessa do porvir, mas que pode ser experimentada neste mundo que vivemos.

Tenho uma prova dessa teoria que estou apresentando neste texto. Está no livro do profeta Jeremias, capítulo 29, onde há uma passagem que registra o inexorável tempo de cativeiro pelo qual Israel deveria passar na Babilônia, como cumprimento de um projeto de Deus.

Muito se diz em nossos púlpitos sobre estarmos no Egito ou na Terra Prometida, na Canaã, no Jardim de Deus etc. e tal. Contudo, quase ninguém fala sobre a possibilidade de estarmos na Babilônia.

Parece-me muito natural isto! O fato de estarmos vivendo numa Babilônia, no conceito espiritual.

Somos a Igreja, mas não vivemos a plenitude do Reino, o que poderíamos denominar Terra Prometida, ao menos é assim que vejo. Não me venha dizer que não tenho fé, ou que meus olhos são maus, estou dizendo o que é de fato.

A Igreja está situada nesta geração num lugar chamado Babilônia, um tempo que é transitório e a profecia de Jeremias 29 se encaixa perfeitamente em nossa estação espiritual, pois ainda não temos vivido o projeto integral do Reino, que é tema central da mensagem de Jesus e que delimita uma nova era espiritual.

Ele disse que o Evangelho do Reino seria pregado em todo mundo, testemunhado em todas as nações e após isto feito, viria o fim (Mateus 24:14).

Veja! Como igreja, temos uma missão neste lugar que vivemos, nesta Babilônia que estamos habitando momentaneamente: testemunhar, pregar e aguardar pelo fim, que é quando o Reino se estabelecerá integralmente.

Segundo a profecia, a vida deve ser vivida assim: “Construam casas para vocês morarem, plantem pomares para comerem de suas frutas, casem-se, gerem filhos e filhas. Multipliquem-se aí, não diminuam. Lutem pelo progresso da cidade para onde eu os exilei e orem a Deus por ela, pois o progresso desse lugar será o progresso de vocês”. Jeremias 29:5-7.

Igreja! Estamos no meio da Babilônia, o mundo é mal e jaz no Maligno, é fato. Porém, podemos fazer a diferença estabelecendo nossas vidas na terra dando um testemunho sólido. Viver aqui, projetar aqui, construir, edificar, estabelecer nossas vidas, famílias, empregos, mas tudo com vistas a um testemunho fiel que é baseado numa esperança que todo crente deve ter: o Reino de Deus!

É a idéia do Reino que deve se tornar o objeto de nossa mais profunda ambição, para que vivamos nesta terra – chamada Babilônia - sempre como peregrinos.

No entanto, muitos dentre nós, construímos, edificamos, formamos famílias, crescemos e junto com esse crescimento, vem o desejo de edificar nosso próprio reino aqui.

Entende agora o que quero dizer?

Nossa vida não é aqui! Aqui estamos como Igreja, a manifestação corpórea da pessoa de Jesus, para dar testemunho de sua Obra no Calvário. Mas isso é por um período transitório.

Nosso mundo é outro, nossa herança será gozada em um novo estado de nosso ser, numa nova dimensão espiritual, que está sendo preparada pelo Senhor para o seu povo. Ele disse: “vou preparar morada para vocês”. João 14:2,3.

Temos nos relacionado de forma errada com este mundo que estamos vivendo. Aqui é a Babilônia, não confunda o prêmio da soberana vocação com alguns trocados que esta terra pode nos dar.

rafa,

na revolução