Tabus da religião
Eles são fruto de nossos individualismos, egoísmos e enganos com relação à verdadeira santidade. A gente se “auto exclui” da sociedade, formando nosso próprio nicho e acaba caindo num certo tipo de discriminação que, em minha opinião, é reflexo da falta de maturidade com relação ao nosso papel diante do mundo que nos cerca.
Segundo o escritor cristão Sandro Baggio, toda música deve ser secular, no que diz respeito à sua relevância, identificação e atualidade com o mundo que nos cerca; e também deve ser cristã em sua mensagem e essência.
A música cristã sempre foi historicamente influenciada pela secular e vice e versa, então, essa crise aí é puramente mental, tradicional e passageira.
Não deveria haver barreiras, mas estas que existem, por ser puramente tradicionais, acabam sendo transitórias, ou seja, a idéia das pessoas muda de tempo em tempo, em relação aos assuntos "tabus".
Questão de evolução!!
Não tem cabimento, alguém sentir-se pesado, em pecado ou culpado por ser um artista!
Concordo que alguns irmãos mais fundamentalistas carecem de instrumentos na razão pra conceber determinadas coisas, então, entra o argumento sacrificial, vicário, de privar-se de ser quem é por amor à comunidade.
Mas afirmo que todo sacrifício deve ser feito em cima do crescimento e evolução na sabedoria e conhecimento da Verdade. Não devemos nos matar por uma mentira!
A paciência, a moderação e o serviço à congregação são os caminhos da liberdade crucificada. Servir é uma decisão que cabe a cada um de nós, livres. Porém, nosso conhecimento deve ser usado à serviço da expansão do universo da Igreja, no rumo à sociedade em trevas.
Que essas virtudes ajudem a estabelecer toda Verdade.
Isso tudo diz alguém que já fez tudo ao avesso disso, a quem o tempo revelou que a tolerância é o melhor caminho e esforçar-se pela manutenção da paz é coisa de gente madura.
Mas deixo meu apelo a cada chamado e vocacionado: não abram mão de ser quem são! Deus não teria lhes dado oportunidades, dons e aptidões se não fossem para ser usados.
E usados no mundo, pois é no mundo que somos chamados para ser sal e luz, brilhando como astros no meio de uma geração corrupta e perversa (disse Paulo).
Na congregação, devemos utilizar nossos ministérios para servir, já o talento, o dom, a vocação são para a vida, para o mundo, para brilhar nas trevas.
Portanto, ser músico, é ser músico para o mundo, não para a Igreja. Para a igreja, bastam apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres! Estes sim, devem ser plenamente consagrados para o serviço e crescimento da Casa Mística de Deus na terra.
rafa