Véu rasgado - o sacerdócio dos pecadores


As culpas quase nunca vêm de acusações do Pai.

O Pai nunca acusa ninguém. Normalmente, elas vêm de nós mesmos, de nossas éticas e morais religiosas, baseadas em filosofias com aparência de sabedoria e piedade, como a mais sofismática de todas, a do Karma.

A fé cristã deve nos levar a entender que a salvação se dá pela graça e a graça só tem eficácia em nós pela fé, ou seja, não é pelo que você faz ou deixa de fazer, mas por ter recebido a dádiva espiritual de acreditar na substituição de Jesus. Ele deu sua vida para que os filhos pudessem retornar ao Pai!

Como na parábola do “filho pródigo”, culpados seremos sempre, mas aceitos, recebidos, abraçados pelo Pai amoroso e gracioso.

Portanto, nunca estaremos preparados, aptos para ajudar os outros, mas a única coisa que temos de bom e genuíno pra compartilhar é o amor, a consideração.

Não temos santidade suficiente para santificar a outros, nem moral para moralizar, só podemos amar e isso basta, pois é, aliás, o mandamento maior e único eficiente.

Se deixarmos de agir em favor dos outros, estaremos anulando nossa única via de fazer algo de bom nesta existência e, portanto, seremos anulados pelo inimigo, que quer que pensemos ser imundos e inaptos para fazer uma obra em Deus.

Mas quem é apto? O sacerdote, o líder, o pastor... todos somos iguais e estamos na mesma luta todos os dias pra permanecer de pé, manter o casamento, não olhar pro corpo da mulher bonita, não acessar pornografia na intrenet etc, etc, etc.

Somos todos miseráveis pecadores, estamos sujos, mas nosso sacerdócio e serviço em Deus se tornou possível pela ação vicária de Jesus, que nos substituiu, sendo punido em nosso lugar.

Apenas acreditemos! Resistamos se pudermos, se não, clamemos...

Servimos, amamos, sabendo que somos imperfeitos e que não deixaremos nunca de ser assim e que um dia nos tornaremos mais maduros.

A gente segue em frente, ajudando os que precisam, amando os que estão sozinhos, conduzindo os perdidos por um caminho melhor, importando-nos... Isso é Jesus e seu Evangelho, tenho certeza absoluta disso.

Porque nosso sacerdócio não depende da purificação pessoal, porque entramos pela porta que foi aberta por Jesus, a porta das ovelhas que é o véu rasgado em sua morte.

Agora, então, os pecadores também podem entrar lá, não somente o clero.

Eu não sei dizer quando, como ou se um dia aqui neste mundo seremos libertos de nossos pecados, mas sei com convicção que nos tornamos pessoas mais humildes pela consciência de sermos pecadores e que não temos forças de vencer nem mesmo os mais simples pecados sexuais, ou da mentira, ou de odiar alguém, usurpar, entre outros da lista mais sortida do universo.

Mas isso só prova que dependemos totalmente de Jesus e, na nossa fraqueza, Ele próprio poderá aperfeiçoar seu poder, pois Jesus prefere usar os fracos, os quebrantados.

Foi Paulo quem disse isso: "Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte".

Sim, nós nascemos podres e essa carne é uma porcaria. A matéria prima de Deus foi linda, mas o pecado adoeceu nossas vidas e agora o que pode ser salvo é o espírito, a parte incorpórea que temos, que é santificada, transformada pela vida do Espírito de Deus em nós, na qual podemos servi-lo.

Esse é Jesus, nosso salvador... estamos salvos, ficaremos melhor quando sairmos deste corpo, mas, por enquanto, seguimos na fé da Graça.

rafa - pecador além do véu!

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