Jesus, “o laranja”




Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo”. João 18:14.


Já pararam pra pensar que o quadro da Cruz já poderia estar pintado? Que o circo das instituições humanas já havia sido armado e que a cabeça de alguém já estava pré-determinada a rolar, de qualquer jeito?
No universo das instituições, onde o sofisma dos interesses coletivos iludem com seus falsos ideais de bem comum, é natural que cabeças rolem para que o ganha pão dos instituídos seja mantido. 
Assim é na política, no clube social e assim é na religião. Lembro-me bem mais do que gostaria das convenções da igreja, onde via cantores degladiando entre si, procurando os horários mais rentáveis pra tocar; os bastidores das eleições para cargos importantes nos conselhos regionais, estaduais e nacionais... meu Deus, ali o bixo pegava forte e as brigas se tornavam agressivas de verdade. Tapas, ofensas, palavrões, ameaças... algumas com arma de fogo em punho!
Vocês não acreditariam se eu contasse maiores detalhes!
É o jogo dos interesses e sempre que a corda tem que arrebentar, deve ser no lado mais fraco. É pra esses momentos que existem “os laranjas”. 
Felizmente (pra eles), igrejas estão abarrotadas de laranjas. São inocentes ovelhinhas dotadas de mais excelentes intenções, com índoles transformadas pela ação do Espírito de Deus. Pessoas que emergiram das circunstâncias mais dramáticas de vida e que agora, sem nada a perder, entregam seu tudo para a Obra de Deus, numa denominação “abençoada” que foi o “meio” que lhe alcançou pra Jesus.
Tá cheio de gente nova, convertida, que vem nascendo de novo e que tem sido usada como adubo pelos barões da fé, os quais, sem o menor pudor e temor, tais como ninivitas, perpetuam seus impérios eclesiásticos sobre os corpos de gerações inteiras de gente de boa fé. 
Quando era levado à morte, Jesus, sabedor de seu destino e completamente aliançado com o fato daquele ser o projeto do Pai para si, disse: “não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” João 18:11. 
Quanto a cada um de nós, resta-nos saber qual nosso destino nessa história. Laranjas já somos, pois fomos eleitos pelos barões da fé como tal e de nós dizem o que querem com argumentos falaciosos, ditos no recôndito de seus próprios currais, perante sua própria fruteira, formada de muitos laranjas, mas também vários abacaxis. 
Quem for capaz de entender, que entenda, pois sei que o Senhor deseja que sejamos árvores frutíferas, mas a vida nos ensina que determinadas frutas são dureza. 


Aquele abraço frutuoso, 


Rafa - Reparadores

O naufrágio evangélico




É utopia pensar que uma atitude boa no meio de um oceano de maldade pode fazer uma grande diferença. Sei que no universo evangélico em ampla expansão no Brasil, há quem acredite no “efeito borboleta” que bons atos podem causar, mas a história da Igreja nos mostra muitos exemplos de cismas e revoluções que foram fundamentais para preservação do fino fio condutor da corrente da Verdade.


Atualmente, nos escondemos por trás de um pano obscurecido por hipocrisia e tentativas falsas de manutenção da paz, o qual vem impedindo a muitos de reagir. Esse pano, formado por retalhos de argumentações conformistas e, por vezes, prevaricadoras, possui terminologias cheias de frases de efeito, tais como: “não esquente a cabeça, pois a igreja é uma arca de Noé, está cheia de animais e coco por todos os lados”, ou ainda, “somos imperfeitos mesmo, mas é melhor estar no meio da imperfeição, do que longe dela” e, pior, “não estou dando meu dinheiro a homens e sim a Deus, o que eles fazem com o dinheiro é problema deles”.


Por acaso não foi o mesmo que fez Pilatos, ao lavar suas mãos e condenar o Senhor? Esses argumentos são entreguistas demais, a meu ver, e já que é pra abusar das máximas, prefiro ficar com a célebre “antes só do que mal acompanhado”.


Voltando a História, podemos ver muitos pré-reformadores combatendo de forma veemente determinados papas. Óbvio que existiram papas bons e maus, mas a Reforma não pode se deter a uma ótica simplista, aceitando um sistema corroído porque “ora” está sob o comando de alguém bom, “ora” de alguém mau.


Sistema é sistema e se está em metástase, então, o câncer deve ser arrancado para que não morramos todos. Foi esta atitude, afinal, que caracterizou o movimento protestante como um ato reformador. Foi um ataque direto e incisivo ao âmago da questão: o sistema precisava ser mudado!


Como a Matriz não aceitou a mudança, então, os que não morreram sob a perseguição, fundaram novos formatos para desenvolver sua fé. E assim vem sendo feito por toda a história, com a criação de novas comunidades e modelos de cristianismo. Sempre em busca de uma atitude condizente com uma fé piedosa.


Muitas reformas, maiores e menores, vêm sendo provocadas no decorrer da história da igreja. É algo natural à evolução, às transformações culturais. A igreja de Cristo, como o odre que recebe o vinho novo, está sempre sendo adaptada aos novos tempos e eras que chegam.


Hoje, há os que pregam uma unidade cega, injusta e imoral, a qual tripudia da justiça divina e de sua genuína revelação. Esses estão, na verdade, contribuindo com a corrupção, o que configura seu próprio estado corrupto, mesmo que passivo.


Olhe ao seu redor, reflita a Palavra de Deus em sua mente, abra-se para novas possibilidades e veja que pode ser muito melhor, muito mais sincero e honesto, muito mais parecido com Jesus e menos parecido com o cristianismo babilônico que perdurou por séculos sombrios de corrupção a manipulação, o que agora volta sob os auspícios da denominação evangélica.


Vou logo avisando que vejo o iceberg logo à frente e o naufrágio iminente dessa religião e não vai adiantar nada tocar música gospel quando o navio afundar.



Homossesualidade e Cristianismo




Cristianismo, Animus e Anima


Ateus tentam provar que a fé cristã é aprendida, assimilada através da cultura e da imposição familiar. Há também os que dizem que homossexuais nascem assim e não aprendem a ser assim.


Qual o critério para avaliar quem nasce de um jeito, ou aprende a ser de outro?
Não há, acho! Só o que acho é que debatemos tudo segundo nossa ótica míope e perspectiva limitada de mundo, de criação, de humanidade.
Nossos olhos mal conseguem enxergar as gerações passando e tem gente que quer explicar o infinito a partir desse ponto. Absurdo!
Ora, é obvio que NÃO nascemos cristãos. Tornamos-nos cristãos a partir do conhecimento do Evangelho, o qual nos conduz ao arrependimento de nossas obras mortas e pecaminosas. O Evangelho se torna parte do que somos quando traz sentido à nossa existência decaída, quando nos liberta da acusação, trazendo alívio às almas pobres e desesperadas.
E ele está aí, ultrapassando séculos de histórias boas e ruins, inscrevendo mais vidas no Livro da Vida e, como sempre, desde sua fundação há dois mil anos, dividindo opiniões.


Da mesma forma, entendo que a homossexualidade também é adquirida. Não acredito que alguém nasce gay, pelo contrário, um olhar racional e lógico observa claramente que a homossexualidade é algo não natural, não combina com a fisiologia, com os formatos e anatomias humanas, mas tenho consciência de que pode ser assimilado, aprendido e, portanto, absorvido como verdade absoluta para uma alma desesperada e perdida, que entende ser alguém de um determinado sexo, preso dentro de um corpo avesso, como se costuma dizer.
A diferença nesses dois casos – entendo – é que quanto aos cristãos, é necessário passar pelo mar do arrependimento, que faz a transição entre o deserto e a terra prometida. Ou seja, o caminho é o do quebrantamento da alma, passando pela aceitação de sua miséria e pelo reconhecimento de sua inaptidão para solucionar suas próprias crises existenciais, sabendo, no entanto que precisa de mudança.
Enquanto isso, para tornar-se assumidamente gay, é necessário aceitar sua condição interior, a qual perturba a alma, liberar suas sensações e desejos interiores, deixar sair pra fora do armário a materialização de uma psique confundida pelo pecado.
Ou seja, faz-se o caminho oposto! Aceita o pecado, trabalha a mente para sentir-se natural e, então, encarna sua confissão particular e interior, ao invés de encarnar o Verbo de Deus.
Resumindo, a diferença está entre o que se justifica no Alto e o que se auto justifica.


Eu sei e entendo sinceramente que as provocações interiores de uma pessoa que vive em tal conflito são, muitas vezes, insuportáveis. Mas também acredito que quando uma alma vive em tal paradoxo, não encontrará satisfação e descanso ao fazer sexo com alguém do mesmo sexo. Penso que a discussão deva ir mais além, passando de questionamentos carnais, sexuais, passionais, saindo da pequena perspectiva revolucionária de levantar bandeiras, participando de um grupo em que todos te ensinam a ser como sua alma pecadora lhe doutrinou a ser.
Acho que nesse aspecto, os movimentos homossexuais se tornaram altamente religiosos e, em decorrência disto, tão fundamentalistas quanto os piores cristãos da história.
Uma doutrina que me atrai e chega até a confortar um pouco meu coração é a do pensamento de Jung, quando refletiu sobre ‘Animus e Anima’, desenvolvendo o entendimento de que todos somos machos e fêmeas e que, o perfeito equilíbrio entre um e outro, através de uma educação e cultura que aceite bem as particularidades de um e outro em uns e outros, conduz a um passo que vai além da sexualidade, levando a pessoa à completude de sua humanidade (não sou do ramo da psicologia e não posso explicar sobre o tema, o qual nem compreendo completamente, mas sugiro que leia sobre ele).


Se você está empunhando seu estandarte, pela mera causa de poder fazer sexo com quem quiser, do jeito que quiser, então, você está lutando por suas paixões carnais, suas concupiscências e isto te levará aos prazeres transitórios e aos infernos, o daqui e do porvir. Agora, se você está em busca de se tornar um ser humano mais equilibrado, reconhecendo características masculinas e femininas em si mesmo, buscando tornar-se uma pessoa melhor em sua vocação/chamado para este mundo e geração, então, você está na busca pelo belo, pelo melhor, pelo supra-sumo da existência humana e eu tenho certeza de que Jesus é a pessoa certa para lhe acompanhar nesta jornada.



Walking dead




Não gosto de filmes de zumbis! O mais próximo que minha simpatia me permite gostar de algo parecido com a ‘zumbilândia’ é o antológico clipe do Michael Jackson, Thriller (mas daí, é covardia).


Quando fui ao cinema assistir ao “Eu sou a lenda”, do Will Smith, vocês não podem ter idéia do tamanho da minha frustração, quando percebi que a trama estava calcada sobre os tais mortos-vivos. Odeio esse enredo, sinceramente!
Dia desses, cheguei mais tarde em casa e minha esposa passou a me contar a história dessa série, que é sucesso atualmente, Walking Dead. Ela bem que tentou passar pra mim um pouco da sua empolgação ao me contar o quanto a trama era legal, mas eu, irredutível, fingi que estava atento e, no fundo, não conseguia dar muita bola.


Trama de zumbi é sempre a mesma, oras. É formar uma turma pra pegar os não-zumbis e comer seus miolos, ou coisas assim. Não há como fazer um filme ou série de zumbis diferente dessa idéia, eu acho.


A série Walking Dead é baseada nos quadrinhos criados por Robert Kirkman e mostra como é a vida na Terra após um apocalipse zumbi, em que grande parte da população da terra foi infectada por um vírus misterioso que os transforma em mortos-vivos. Daí, ficam os “normais” fugindo dos “anormais”.
Estou falando sobre esse lance porque domingo passado, eu estava com um amigo numa lanchonete da cidade quando, de repente, passou um conhecido, nosso completamente “noiado”. Ele estava tão concentrado em sua loucura que nem nos viu, apesar de nos conhecermos a uns 20 anos.


Pra quem não sabe, “noiado” é uma terminologia que se usa pra definir quando alguém está completamente tomado pela ação de um entorpecente, cocaína, anfetamina ou crack, o que parecia ser, no caso dele.
Ele estava andando pelas ruas da cidade, suando frio, com os pensamentos confusos, mas que pareciam estar ampliados, transcendentes, seu coração estava disparado, sua pupila dilatada e sua mente tomada de uma sensação eufórica e boa de sentir. É a glória dos caídos, a liberação completa dos instintos mais miseráveis e demoníacos, os quais aprisionam qualquer tentativa da racionalidade humana produzir alguma virtude.


“Noiado”, a gente mente, divaga, sente que pode tudo, parte pra briga, rouba, mata, se precipita (no sentido literal e prático da palavra). Não há limitações na mente de um “noiado”, pois sua alma está tomada de uma liberdade tão intensa e desgraçadamente embasada nos sofismas efêmeros da alma atormentada, que comparo essa geração de usuários de crack de nossos dias aos zumbis, os mortos vivos, os walking deads.


Tudo o que falo aqui, falo do que vi, vivi e senti, mas meu coração, embora portando uma frágil e tímida semente de esperança, teme que tanto esse meu amigo, quanto todos os outros milhões de seres humanos que vivem sob a tutela das drogas, não conseguirão ser curados desse vírus maldito e desgraçado que os infectou.


Não sei exatamente o que fazer, no entanto, faço o que posso e está ao meu alcance: compartilho minha história, falo do Evangelho que me libertou, testemunho a Cristo, que é o Caminho (o meio), a Verdade (o conceito de Deus) e a Vida (que rompe com a morte).
Mas estou triste por estar pregando ha anos e continuar vendo essas pessoas se perdendo.


Queria muito um final feliz, mas não sei como isso será possível!



Reformação já!




Meu pensamento para este instante que vivo inserido na história da Igreja é que precisamos reformar sua estrutura. Sempre dissemos que para recebermos o Vinho Novo, necessitávamos de um Odre Novo, mas nunca tivemos disposição suficiente para abrir mão do Velho Odre que nos dava casa, comida e status social; o qual ainda nos colocou à frente de um segmento social que vem crescendo de forma extraordinária nesta nação.


Se não estivermos dispostos a nos livrar desse poder clerical que tomamos emprestado das religiões antigas que oprimiram povos leigos, nunca provaremos de um avivamento perene, de uma conquista sólida, pois tudo o que do Alto recebemos, perde-se com o tempo, visto não haver condições de se manter a preciosa riqueza celeste em nossos odres institucionais, ressecados pelo tempo e uso.


Há de se rever, no entanto, o motivo certo do coração e reencontrar a estrada que perdemos, saindo desta que entramos para seguir a multidão que tinha resultados, quando trocamos o simples “obedecer à visão celeste” – como disse Paulo ao rei Agripa – para andar pelo caminho do sucesso.


Enquanto andarmos por esta estrada pavimentada em argumentos e ingredientes manchados com a injustiça (sob a máxima comum de que ‘a meta santifica a jornada’), estaremos impossibilitados de reconhecer o Caminho Santo e, conseqüentemente, perdidos.


É hora de pagar o preço, abrir mão do sucesso e dos resultados, pois os mesmos nos cegaram e nos impedem de ver a Verdade. Verdade, aliás, que santifica de fato aos seguidores do Messias, conforme sua própria oração feita em nosso favor: “Santifica-nos na tua Verdade, Senhor, a tua palavra…”


Saiamos fora dos muros do império e vejamos a pobreza do mundo que padece ao nosso redor. Entendamos que a transcendência dos santos não é objeto de uma existência mística, mas de um brilho interior que excede as paredes de um prédio e iluminam uma geração perversa e corrupta, in loco.
Esta geração foi eleita, mas está desinformada da Graça, conhecedora de nossas mazelas institucionais, mas desinformada da Palavra Viva que nos salvou.
Quero brilhar com a luz da Verdade, pra esses, mesmo que pros “salvos”, seja eu um lixo, um franciscano pobre e burro, que não sabe aproveitar das bênçãos que o Cristo proporcionou em sua morte e sofrimento.
“Santifica-os na tua verdade“, eu quero esta santidade… santidade verdadeira, não aquela que fariseus hipócritas tinham, com suas vestes cultuais, orações públicas, cadeiras cativas nos púlpitos, rituais e liturgias cheias de solenidade morta.


Quero a Cruz, quero a morte, quero a vergonha, quero sofrer o que resta das aflições de Cristo, provar de seu poder nas minhas muitas fraquezas, conhecer que o Evangelho é o poder que me livra da condenação e entender que o cuidado de Deus me fornece as forças necessárias pra passar pelos vales e tormentos.


Isto é fé, isto é crer, o que me faz olhar e ver nos olhos do perdido, a carência do amor desinteressado, sentindo compaixão sincera, fazendo eu próprio o que deve ser feito.


Reforma em mim, em nós, reforma às estruturas do sentir, do pensar, do congregar, do amar.


Reforma já!



Ai de vós




“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, e dizeis: se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas. Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas”. Mateus 23:29-31.


Xingaram, destrataram, cuspiram e bateram no Cristo, ao mesmo tempo em que tratavam-se com cordialidade entre si, de acordo com as posições que ocupavam. Verdadeiros demagogos, puxa sacos e fofoqueiros! Diante de alguém de alta consideração social, se curvavam; diante das assembleias onde pessoas importantes estavam, sentavam-se nos melhores e mais estratégicos lugares, a fim de serem notados; nas praças, faziam suas orações para que todo o público presenciasse sua vida devocional.


Mas quando estiveram diante dos verdadeiros profetas enviados por Deus, os perseguiram e enxotaram de suas comunidades, chegando a matar muitos. Isto para que se cumprisse esta palavra de Jesus: “Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” Mateus 23:32-33.


A condenação desses é certa, segundo o Senhor, mas a medida de sua insanidade ainda não se cumpriu, pois a continuação do texto diz: “eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade”. Mateus 23:34.


Se quisermos fazer parte do quadro de puxa sacos das instituições que enriquecem ano após ano em nome de Jesus, certamente, nos daremos bem nesta existência; seremos bem tratados e honrados por nossos dons e talentos comercializados nos mercadões dos templos. No entanto, ao querer fazer parte de uma geração profética, que vem em nome do Senhor, estejamos preparados para o pior, para o achovalhamento público, para a humilhação, para ser tratados como tolos, otários, burros, malditos, fanáticos, esquisitos, chatos.


Pode parecer pra você que lê uma manifestação de mau humor, tristeza e decepção, mas garanto que é muito mais do que isso. O que sinto é a verdadeira concretização da Escritura em meu tempo! Vejo a injustiça estabelecida em nome de Deus, vejo os cruzados agindo em nome de sua fé pervertida, loteando os céus com condomínios chiques, colonizando o mundo perdido utilizando a mesma máquina propagandista da Besta, oprimindo o pobre e o miserável em um canto ideológico que o reduz a condição de ‘sem fé’.


Pra piorar, quando aparece alguém falando, apontando, bradando, clamando, o expõem ao ridículo da mesma forma como fizeram com o Mestre e todos os profetas que o precederam. Em nossa geração, alguns escritores, pregadores e sábios têm apontado num rumo diferente, manifestando uma ciência e consciência mais profunda, que visam libertar as mentes prisioneiras, extraindo-as da alienação. Mas diante destes e de suas mensagens, o que se têm feito? Uns têm seus ministérios e chamados assassinados, outros são humilhados e ficam tão arrasados, ao serem tratados como marginais, que mal podem se reerguer. E ainda há os perseguidos, cujos nomes vêm sendo açoitados nos púlpitos, sites e programas de televisão.


Abre o olho, irmão!



Metabolizando o alimento espiritual




“Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação“. I Pedro 2:2


A alimentação é um processo fundamental e vital para todos os seres vivos. Se não nos alimentamos devidamente, adoecemos e podemos até chegar à morte, em casos mais graves.
Mecanicamente, o processo da alimentação de nosso corpo ocorre de uma maneira natural e involuntária, ou seja, o próprio corpo humano é capaz de realizar o processo todo sem que se tenha que pensar nele.
Acho que todos sabem, mais ou menos, como funciona esse processo. Tudo começa, obviamente, pela boca, a “natural” porta de entrada da comida. É nela onde os alimentos passam pela primeira parte do processo. Ali mastigamos os alimentos, triturando tudo até que vire um bolo que desce até o estômago. Nessa hora, uma série de enzimas ácidas dá início a um processo que visa dissolver o bolo, transformando tudo o que comemos em uma papa, a qual segue rumo ao intestino, onde uma parte será absorvida pelo organismo em forma de nutrientes e o resto é liberado pra ser jogado fora.


Na vida espiritual, somos nutridos em um processo semelhante. Recebemos o “alimento” por uma via sensorial, mastigamos, trituramos, ou seja, adequamos à nossa realidade, mensurando e comparando com o nosso banco de dados particular, formado por nossos princípios, tradições e idiossincrasias. Somente depois disto, ou seja, após transformarmos o alimento bruto em uma espécie de “papinha”, que Pedro chamou de leite espiritual, é que somos de fato alimentados.
No entanto, na vida espiritual, esse processo não se dá de forma involuntária. A metabolização de idéias, visões, profecias e revelações que adentram nosso interior passa racionalmente pelo entendimento e pela compreensão para que, enfim, sejamos nutridos em nossas vidas espirituais.


A esse processo digestivo do espírito, podemos chamar de discernimento. O discernimento é uma espécie de filtro que julga tudo o que ouvimos, aprendemos e recebemos. A Bíblia fala desse processo num versículo pequeno, simples, mas muito profundo, que diz: ”Examinai tudo. Retende o que é bom”. I Tessalonicenses 5:21
Conversamos com as pessoas, lemos livros, aprendemos com as situações da vida, percebendo a fé e a espiritualidade em tudo no mundo ao nosso redor, mas é o discernimento que traz condições de sabermos o que é bom ou ruim pra cada um de nós.
Para que possamos reter o que é bom, precisamos fazer uma separação racional do que é ruim. Isso é parte natural e vital na busca por uma boa saúde espiritual.
No corpo, quando não damos a devida atenção a esse processo, padecemos de doenças que podem até nos matar. No espírito, o apóstolo Paulo diz que acontece a mesma coisa.
“Aquele que come e bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos”. I Coríntios 11:29-30
Ele está dizendo que precisamos “distinguir o corpo do Senhor” e a isto eu também denomino discernimento. O resultado do não discernimento é o versículo 30 acima que diz: “Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos”.


A bênção de Deus pode ser demonstrada pela saúde espiritual e essa saúde depende do que comemos e de como processamos os alimentos que recebemos. O discernimento é ferramenta fundamental no processo da metabolização, que separa o bem do mal, o útil e do inútil, que retém o nutriente e joga fora o que não presta.



Deus ritual # Deus relacional




O Jardim foi o lugar que Deus preparou para se relacionar com sua criação. Lá tudo é perfeito, adequado para a preservação da vida infinita que o Senhor planejou para os seus filhos.
Desde a fatídica queda, o ser humano busca pelo Jardim, ansiando pelo lugar onde reina a paz, a harmonia, a vida e onde não há doenças, injustiças e nem morte.
Contudo, o Homem em sua auto-suficiência, na busca de um método que projetasse uma ponte até esse lugar divino, passou a criar e estabelecer fórmulas para atingir seu alvo. Um exemplo clássico e bíblico disso foi Babel, em que a humanidade se reuniu em uma grande convenção, a fim de construir uma torre que os levasse até o céu.


Que grande descoberta fiz: Babel é a avó das igrejas institucionais!


(Cansei de ouvir apóstolo pregando sua visão particular bradando: “se falarmos uma mesma língua, não haverá limites para nossa conquista”).


Todavia, visto que não depende de quem busca, mas sim de quem se deixa encontrar, Deus se faz achado apenas daqueles que Ele mesmo permite, quando encontra um coração decente e condizente com seu padrão.
Deus não quer rituais, nem que os homens sigam a um código doutrinário qualquer, Deus quer obediência. Quer que aqueles que se relacionem com Ele o ouçam com o coração, cumprindo com Sua Palavra revelada por uma opção pessoal, não por um medo doutrinário, mas por um amor não imposto.


Os ritualismos cristãos só têm gerado facções religiosas, as quais colaboram com a criação de conceitos cristãos / maniqueístas que impõem sobre a mente das pessoas um cetro irreal, o qual tem o poder de condenar e absolver (as mentes suscetíveis).
Deus não está nisso! A perspectiva de Deus é a de um relacionamento entre Pai e filhos.
Via religião, a relação entre Deus e os homens não deveria condenar ou absolver, mas sim conviver, apascentar, suportar, evangelizar, cumprindo cabalmente o maior dos mandamentos, que é o do amor mútuo no convívio da família cristã.
Então, quando se prefere uma série de ordenanças sacrificiais a obedecer a Deus, deixamos de vivenciar a plenitude de um relacionamento pessoal com o Pai, entrando num vago convívio ritualista com uma religião que não conduz ao alvo mais primitivo dos nossos corações, o Jardim.


Voltemos ao Jardim!


P.s.: O verbete obedecer é traduzido do termo latim oboedio, que é a união das palavras ob + áudio. Ob é traduzido para contra e áudio é ouvir, portanto, obedecer, poderia ser entendido como “ ir de encontro com o que se ouve”. Esta é a perfeita tradução do termo hebraico shema, título da confissão central de fé dos judeus, a qual deve ser rezada diariamente por eles.



Pobre, mas enriquecendo a muitos



O conhecimento da dimensão espiritual nos permite enxergar o mundo de outra forma. A relatividade está no fato de que, mudando a posição do observador, a visão sobre algo se torna diferente.


É exatamente isto que a visão espiritual nos outorga: uma nova perspectiva!


Quem adquire esta capacidade, será contemplado com muitos benefícios, como encher-se de confiança e segurança em tempos de dificuldades, ou ainda, renovar-se em esperança, quando todas as coisas parecem contrárias. Uma visão espiritual madura produz fé em nossas vidas e nos faz capazes de superar os obstáculos mais complexos, quando estamos em meio ao caos.


Quando dependemos dos resultados, dos números, da resposta popular, da aprovação da sociedade para nos afirmar como pessoas, nos colocamos sob a péssima pressão de tentar convencer aos outros, constantemente.


Isto é um peso terrível!


A compreensão espiritual nos faz folgar na Graça, o que nos conduz ao caminho de receber uma das maiores dádivas de todas: “a paz que excede todo entendimento!”


Na vida moderna, estamos sempre insatisfeitos, desejando algo mais a todo instante e isto produz em nossos corações uma enfermidade chamada ansiedade. Ela nos leva a comer demais, beber demais, fazer várias coisas que nos são lícitas, mas que acabam se tornando inconvenientes.


Perdemos a liberdade e nos tornamos escravos de sensações, momentos e produtos.


É aí que a Bíblia traz uma das frases de Paulo que mais me encantam, que diz: “pobre, mas enriquecendo a muitos”. Dizendo isto, ele revela a prioridade de um coração apostólico, envolvido em plantar na Terra uma semente espiritual do Reino de Deus, através do Evangelho.


Ao ver o tamanho do Reino e perceber o privilégio que significa fazer parte de uma história tão espetacular quanto a da Igreja de Cristo na terra, cada discípulo passa a olhar pro mundo com novos olhos.


É a conversão que gera isto!


Mudamos de rumo, quando, no espírito, somos impressionados e convencidos de que esta existência, tão curta e insignificante, pode servir a um projeto eterno e invisível, mas real e tangível.


A Igreja é uma realidade, mesmo que vejamos todas as suas bizarras particularidades e tenhamos uma série de críticas – sempre construtivas, obviamente – a fazer. Ela é uma realidade que se perpetua, geração após geração.


O preço dessa perpetuação é a conversão de alguns que, percebendo a oportunidade de ver suas vidas dentro de um projeto tão maravilhosamente grande, abandonam a visão egoísta deste mundo e partilham suas vidas, como se tornassem espécies raras de “sementes benditas de Deus”.


Frases absurdas como “por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos”, de I Tim. 6:8, passam a fazer um sentido muito grande pra esses, que simplesmente perceberam que suas vidas estão sendo cuidadas por Deus.


Loucura? Devaneio? Fé? Um pouco de cada! Dependendo da perspectiva e da posição que cada pessoa ou grupo está, pode se ver o que se deseja ver, ou o que se acredita ser “a verdade”.


O que pra uns é besteira e fanatismo, pra outros é a razão de suas vidas!


O mesmo Paulo dá uma explicação sobre essa discussão, quando diz que “Nós somos loucos por causa de Cristo, mas vocês são sensatos em Cristo! Nós somos fracos, mas vocês são fortes! Vocês são respeitados, mas nós somos desprezados!” I Cor. 4:10.


Acostumei-me a ser desprezado e chamado de louco. Aprendi também a respeitar a visão que cada pessoa tem e fico sinceramente feliz com a prosperidade e os ganhos (lícitos e morais) de alguns irmãos. Contudo, quero ter meu direito de olhar para a Bíblia e poder chegar às minhas próprias conclusões (mesmo que pareçam loucura pra você).


Sinto-me bíblico quando passo por dificuldades! Vejo a força da Palavra atuando em mim quando estou fraco, sinto a misericórdia de Deus em Cristo me perdoando, quando vejo que errei e sinto-me também privilegiado em fazer parte de um grupo que acreditou nas promessas espirituais e que não trocou as virtudes eternas por satisfações e/ou tranquilidades transitórias deste mundo.


Tiago disse: “Ouçam, meus amados irmãos: não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que ele prometeu aos que o amam?” Tg. 2:5


Pode até ser um devaneio meu, mas continuo acreditando que mesmo não possuindo uma casa própria e um carro na garagem (sim, eu ando a pé), Deus está comigo. Sinto o Pai ao meu lado quando fico doente, sinto que Ele caminha comigo nas ruas quando estou chutando pedras e pensando alto nos por quês de tantas privações e tenho certeza de que Ele senta na minha cama, nas noites em que, insone, planejo como pagar a conta que vence no dia seguinte, sem ter dinheiro.


Fico firme acreditando que “é melhor ter pouco com o temor do Senhor do que grande riqueza com inquietação”, Prov.15:16, mesmo que isso resulte em ser motivo de piada pra muitos.


Portanto, sigo “nada tendo, mas possuindo tudo” - II Cor. 6:10



Eu e Deus


Não podemos fugir da vida pois ela sempre nos persegue. Ela é assim mesmo, cercada de problemas, desafios, de amor, de ódio, de fé e desespero. Tudo junto, remixado e masterizado com as nuances e particularidades de cada pessoa.
Mas...
Nossa capacidade de levantar a cada tombo e reagir diante de cada revés condiciona bastante nossos resultados.
Temos que ter coragem... tenha coragem, acredite que pode ser melhor.
Deus ainda está lá, Ele não mudou e nem morreu e, enquanto estiver lá, vivo, estará olhando por nós e nos ajudando.
Seja na morte, na dor, nas dificuldades, estamos juntos, eu e Deus!


rafa - reparadores

Números são usados para manipular a opinião pública




Quando se trata de enganar, o uso de números é a ferramenta mais eficaz para manipular o público. É o que defende Charles Seife, mestre em matemática pela Universidade de Yale e professor de jornalismo na Universidade de Nova York, no livro "Os Números (Não) Mentem".
Segundo Seife, qualquer fraude ganha veracidade quando a matemática é empregada. As teses mais absurdas são "fundamentadas" em estatísticas questionáveis, e isso acontece com frequência.
"Nossa sociedade hoje está submersa em falsidades numéricas. Usando um punhado de técnicas poderosas, milhares de pessoas forjam números sem fundamentos e nos faz engolir inverdades", acusa Seife.
Para compor o volume, o autor analisou diversas informações divulgadas pela imprensa mundial. A proposta da edição é desenvolver no leitor um ceticismo necessário para combater esses dados.
Na civilização ocidental, algarismos possuem uma força quase mística. Com essa arma, qualquer pessoa inescrupulosa pode interferir em eleições, promovendo ou derrubando candidatos, ou maquiar a eficiência de um produto.
Abaixo, leia um trecho do exemplar.
Falácias matemáticas
"A mentalidade americana parece extremamente vulnerável à crença de que qualquer conhecimento exprimível em números na verdade é tão definitivo e exato quanto as cifras que o expressam."
Richard Hofstadter, Anti-Intellectualism in American Life
"Em minha opinião, o Departamento de Estado, um dos mais importantes do governo, está totalmente infestado de comunistas." Mas não foram essas as palavras que, pronunciadas diante de um pequeno grupo de mulheres do estado da Virgínia Ocidental, projetaram o desconhecido senador do Wisconsin para o centro das atenções públicas. Foi a frase que vinha logo a seguir.
Brandindo um maço de papéis, o carrancudo Joe McCarthy conquistou seu lugar nos livros de história com uma afirmação impudente: "Tenho aqui em minhas mãos uma lista de 205. Uma lista de nomes, de conhecimento do secretário de Estado, que são membros do Partido Comunista e, apesar disso, continuam trabalhando e ditando os rumos no Departamento de Estado."
Aquele número - 205 - foi como uma descarga elétrica que levou Washington a agir contra os comunistas infiltrados. Pouco importa que fosse mentira. A conta chegou a 207 e voltou a cair no dia seguinte, quando McCarthy escreveu ao presidente Truman dizendo: "Conseguimos compilar uma lista de 57 comunistas no Departamento de Estado." Alguns dias depois, o número se estabilizou em 81 "riscos à segurança". McCarthy fez um longo discurso no Senado, fornecendo mais detalhes sobre grande número de casos (menos de 81), mas não revelou dados suficientes para que se checassem as afirmações.
Na fato, não importava se a lista tinha 205, 57 ou 81 nomes. O simples fato de McCarthy associar um número às acusações lhes conferia uma aura de verdade. Será que o senador faria declarações tão específicas se não tivesse provas? Ainda que as autoridades da Casa Branca desconfiassem de um blefe, os números faziam com que elas duvidassem de si mesmas.¹ As cifras davam peso às acusações de McCarthy; eram muito sólidas, específicas demais para serem ignoradas. O Congresso foi obrigado a realizar audiências na tentativa de salvar a reputação do Departamento de Estado - e do governo Truman.
O fato é que McCarthy mentia. O senador não fazia a menor ideia se o Departamento de Estado abrigava 205, 57 ou um só comunista; atirava a esmo e sabia que as informações em que se baseava de nada valiam. Porém, de uma hora para outra, depois de tornar pública a acusação e de o Senado declarar que realizaria audiências sobre o assunto, precisava encontrar alguns nomes. Assim, procurou o magnata da imprensa William Randolph Hearst, anticomunista inflamado, para ajudá-lo a compor uma lista. Como se recorda Hearst: "Joe nunca teve nenhum nome. Ele nos procurou. 'O que eu vou fazer? Vocês precisam me ajudar.' Então, demos a ele um punhado de bons repórteres."
Nem o auxílio de meia dúzia de repórteres e colunistas de Hearst pôde dar alguma substância à lista de McCarthy. Quando começaram as audiências, em março de 1950, ele não foi capaz de apresentar o nome de um só comunista a serviço do Departamento de Estado. Isso não
fazia a menor diferença. As acusações numéricas de McCarthy haviam chegado no momento certo. A China acabava de se tornar comunista e, no final das audiências, a Coreia do Norte invadiu a do Sul. Os Estados Unidos estavam aterrorizados com a crescente onda comunista no mundo, e o blefe do parlamentar o transformou, quase do dia para a noite, num símbolo de resistência. Um obscuro senador do baixo clero havia se tornado uma das figuras políticas mais famosas e polêmicas. Seu discurso sobre os 205 comunistas foi uma das mentiras mais eficientes da história americana.
A força do discurso de McCarthy vinha de um número. Embora fosse uma ficção, aquilo conferia credibilidade às mentiras do senador, sugerindo que o maço de papéis em suas mãos estava cheio de fatos incriminadores sobre funcionários específicos do Departamento de Estado. O número 205 parecia uma "prova" sólida de que as acusações do parlamentar deviam ser levadas a sério.
Como sabia McCarthy, os números podem ser uma arma poderosa. Em mãos ágeis, dados adulterados, estatísticas fajutas e matemática ruim podem dar aparência de verdade à ideia mais fantasiosa, à falsidade mais acintosa. Podem ser usados para oprimir os inimigos, destruir os críticos e pôr fim à discussão. Algumas pessoas, aliás, desenvolveram uma habilidade extraordinária no uso de números forjados para provar falsidades. Tornaram-se mestres da falácia matemática: a arte de empregar argumentos matemáticos enganosos para provar algo que nosso coração diz ser verdade - ainda que não seja.
Nossa sociedade hoje está submersa em falsidades numéricas. Usando um punhado de técnicas poderosas, milhares de pessoas forjam números sem fundamentos e nos fazem engolir inverdades. Anunciantes adulteram números para nos convencer a comprar seus produtos, políticos manipulam dados para se reeleger. Gurus e profetas usam cálculos fraudulentos para nos fazer acreditar em previsões que parecem nunca se realizar. Negociantes usam argumentos matemáticos enganosos para tomar nosso dinheiro. Pesquisas de opinião fingem ouvir o que temos a dizer e usam falácias matemáticas para nos dizer em que acreditar.
Às vezes, essa gente recorre a essas técnicas para tentar nos convencer de bobagens e absurdos. Algumas pessoas, inclusive cientistas, já lançaram mão de números falsos para mostrar que, um dia, os velocistas olímpicos vão romper a barreira do som e que existe uma fórmula exata para determinar quem tem a bunda perfeita. Não há limites para o grau de absurdo das falácias matemáticas.
Ao mesmo tempo, esses truques têm consequências gravíssimas. Invalidam eleições, coroando vencedores sem legitimidade - tanto republicanos quanto democratas. Pior ainda, são usados para manipular os resultados de eleições futuras; políticos e juízes empregam cálculos distorcidos para influenciar distritos eleitorais e comprometer o recenseamento que determina quais americanos serão representados no Congresso. As falsificações numéricas, em grande medida, são responsáveis pela quase destruição de nossa economia - e pelo desaparecimento de mais de US$ 1 trilhão do Tesouro, que desceram pelo ralo. Promotores e magistrados recorrem a números enganosos para inocentar culpados e condenar inocentes - e até para sentenciá-los à morte. Em suma, a matemática ruim está solapando a democracia nos Estados Unidos.
A ameaça vem tanto da direita quanto da esquerda. Aliás, algumas vezes parece que a falácia matemática é a única coisa que une republicanos e democratas. Contudo, é possível reagir a ela. Quem já aprendeu a reconhecê-la consegue identificá-la em quase toda parte, enredando o público numa teia de falsidades evidentes. Os mais atentos encontram nesses truques uma fonte diária da maior diversão - e da mais negra indignação.
Quando conhecemos os métodos empregados na transformação de números em falsidades, ficamos imunizados contra eles. Quando aprendemos a remover as adulterações matemáticas do caminho, alguns dos temas mais controvertidos passam a ser simples e diretos. Por exemplo, a questão de quem de fato venceu a eleição presidencial de 2000, nos Estados Unidos, fica clara como água. (A resposta é surpreendente, e quase ninguém - nem Bush nem Al Gore, e quase nenhum dos eleitores dos dois candidatos - estaria disposto a aceitá-la.) Entenda as falácias matemáticas, e você será capaz de revelar muitas verdades encobertas por um nevoeiro de mentiras.


Pedras em pães...


Entendo que seja natural partir para o ataque feroz, todas as vezes que nos sentimos ameaçados. Tais como carniceiros, que lutam pelo pedaço fedido de seu alimento podre, muitos de nós, como hienas e carcarás, guerreamos por aquilo que entendemos ser "nosso direito".
O sustento acaba se tornando num prato de lentilhas, quando nos vemos diante da adversidade e da fome. Alguns desavisados em sua visão espiritual, acabam transformando pedras em pães, pela sugestão nefasta, porém, oportuna de Satã.

Apóstolo em cadeias


“Se eu estivesse puxando o saco dos líderes da minha geração, cantando e lubrificando os ouvidos do povo, pra ajudá-los a contar mentiras, estaria com dinheiro no bolso, mas como o preço pela minha alma não está disponível nesta dimensão então, eu prefiro seguir ao Mestre e padecer o restante de suas dores neste corpo frágil, nos poucos anos de vida terrenal que ainda me restam”.

Rafael - Reparadores