Interpretando Levítico 19:28
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"Pelos mortos não dareis
golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós"...
Um pouquinho de história faz bem nesta hora. Povos pagãos se mutilavam por diversos motivos, utilizando chicotes, silício entre outras ferramentas de auto punição.
Deus não permite que os seus façam isso!!
Auto flagelo, torturar-se a
si mesmo, é disso que está-se falando o texto, não sobre tatuagens ou piercings.
Ainda que fosse, vamos
avaliar as outras regras contidas só neste capítulo, sem querer chegar nem
perto das 613 leis que um judeu deve obedecer em sua vida:
V.3: obedecer pai e mãe e
guardar o sábado;
V. 9,10: separar uma parte de
sua renda para ajudar os pobres dentre os ímpios (estrangeiros);
V. 11: ñ roubar, nem mentir,
nem ser falso (ops);
V. 13: ñ oprimir os que
trabalham pra vc, pagar correta e justamente seu salário;
V. 14: tratar bem os surdos e
os cegos;
V. 15: não fazer distinção ou
privilegiar alguém (perjúrio);
V. 16: não andar com
fofoqueiros;
V. 17: não odiar os irmãos,
nem deixar de falar a verdade;
V. 18: amar o próximo;
V. 19: não praticar a
biotecnologia;
V. 27: ñ cortar as pontas do
cabelo, nem da barba;
V. 33: ñ oprimir os não
crentes que estão contigo (pense nisso).
E tem muito mais nos versos adiante!
Segundo o apóstolo Paulo,
quem quer cumprir com um, então que cumpra com todos!! Pois é maldito quem não
observa todas as palavras da Lei.
Normalmente, o texto é muito utilizado com relação ao lance de um crente poder ou não se tatuar ou colocar um piercing.
Penso assim: se a Graça não
tem poder sobre as marcas, não tem valor algum. Aí me dizem que a Graça só
funciona quando há arrependimento, contudo, vejo que até o próprio
arrependimento humano é fruto da Graça e não uma virtude espontânea, ou seja,
tudo parte de Deus e retorna para Ele.
Ademais, no caso de uma tatto ou um piercing, do que deve-se arrepender? Qual o pecado? Não entendo, sinceramente...
Ademais, no caso de uma tatto ou um piercing, do que deve-se arrepender? Qual o pecado? Não entendo, sinceramente...
Não há mal exterior se o
mesmo não parte de uma intenção maligna. Jesus ensinou que não é o que entra,
mas o que sai, ou seja, é a intenção, o que está dentro que torna uma ação ou
as palavras em obras más.
Vejo nossos atos estéticos e
exteriores como ecos de intenções interiores, portanto, qual a maldade na
intenção de quem faz uma tattoo?
Quis ficar mais bonito,
impressionar os amigos, pagar uma de revolucionário etc. Qual o mal nisso?
Não posso afirmar que alguém,
ao fazer uma tattoo, esteja fazendo a coisa certa, mas também não se pode
afirmar que é uma coisa errada. Ou seja, é uma coisa inócua, sem nenhum poder
de salvar ou condenar.
Da mesma forma como acho
aceitável alguém se mutilar por diversas outras questões estéticas, desde um
brinco que se põe na filhinha neném, até uma lipoaspiração, uma maquiagem
permanente, uma redução de estômago (que em alguns casos é questão de saúde,
mas em outros, não).
Enfim, no esporte de ponta,
muitos se auto flagelam para alcançar resultados mais expressivos, em busca do
topo, do sucesso e da glória. Treinam mais do que deveriam, utilizam drogas e
substâncias anabolizantes com certa naturalidade, pois seus objetivos são o
topo...
Causando prejuízos graves
para a saúde, podendo contrair um câncer e cardiopatias, isto, pra mim, é um
golpe bem mais duro à carne (Levítico 19:28) do que uma marca exterior. Além
disso, pra mim, as intenções dessa busca desenfreada são bem mais questionáveis
do que a simples marca estética!
Mas é só o que penso quando
olho pro texto e acredito estar buscando uma análise mais contextual e menos
tradicional.
Abraço,
Rafael Cardoso