Arte descartável; mentes descartáveis


A arte se transforma em algo descartável para um povo que curte coisas descartáveis! 
Quando não se quer ter trabalho de pensar, de refletir, de debater, recorre ao entretenimento, vai pra balada, curte um papo vago, azara, bebe, flui numa vibe impessoal, liga os sensores sensuais ao invés dos sensores da sensibilidade.
A mistura da arte com o entretenimento engana! Enquanto a arte, não importando seu tamanho, sua propaganda ou seus investimentos, é capaz de sensibilizar, edificar, enlevar, promover a reflexão, o entretenimento, por sua vez, empurra pro apagão, pro esquecimento, pro desopilar das tensões. 
A arte não é instrumento de conforto, pelo contrário, muitas vezes, a arte confronta, provoca, chacoalha. Já o entretenimento tem o objetivo de desligar, fazer esquecer, amortizar o pensar...
Os shows misturando áudio, vídeo, dança, canção, cenografias, pirotecnia se tornaram experiências semelhantes a parques de diversão.
Não é nada contra mega shows, mas sim contra péssimos artistas fazendo mega shows. Toda parafernália tecnológica a serviço da mediocridade.
Esse tipo de música que se toca nesses mega shows aí, essas de fácil assimilação, nenhuma mensagem, cheias de provocações eróticas e coreografias pra alegrar o povão só servem pra passar o tempo e só atrai gente que não tá muito afim de usar a cabeça, mas cheio de vontade de usar o corpo, apenas!
Tem horas em que a gente precisa parar, relaxar, esquecer, mas essas horas não são as horas da arte... queria só tentar diferenciar uma coisa da outra... se é que me entende...

Rafael Cardoso

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