Ai de vós


“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, e dizeis: se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas. Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas”. Mateus 23:29-31.

Xingaram, destrataram, cuspiram e bateram no Cristo, ao mesmo tempo em que tratavam-se com cordialidade entre si, de acordo com as posições que ocupavam. Verdadeiros demagogos, puxa sacos e fofoqueiros! Diante de alguém de alta consideração social, se curvavam; diante das assembleias onde pessoas importantes estavam, sentavam-se nos melhores e mais estratégicos lugares, a fim de serem notados; nas praças, faziam suas orações para que todo o público presenciasse sua vida devocional.

Mas quando estiveram diante dos verdadeiros profetas enviados por Deus, os perseguiram e enxotaram de suas comunidades, chegando a matar muitos. Isto para que se cumprisse esta palavra de Jesus: “Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” Mateus 23:32-33.

A condenação desses é certa, segundo o Senhor, mas a medida de sua insanidade ainda não se cumpriu, pois a continuação do texto diz: “eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade”. Mateus 23:34.

Se quisermos fazer parte do quadro de puxa sacos das instituições que enriquecem ano após ano em nome de Jesus, certamente, nos daremos bem nesta existência; seremos bem tratados e honrados por nossos dons e talentos comercializados nos mercadões dos templos. No entanto, ao querer fazer parte de uma geração profética, que vem em nome do Senhor, estejamos preparados para o pior, para o achovalhamento público, para a humilhação, para ser tratados como tolos, otários, burros, malditos, fanáticos, esquisitos, chatos.

Pode parecer pra você que lê uma manifestação de mau humor, tristeza e decepção, mas garanto que é muito mais do que isso. O que sinto é a verdadeira concretização da Escritura em meu tempo! Vejo a injustiça estabelecida em nome de Deus, vejo os cruzados agindo em nome de sua fé pervertida, loteando os céus com condomínios chiques, colonizando o mundo perdido utilizando a mesma máquina propagandista da Besta, oprimindo o pobre e o miserável em um canto ideológico que o reduz a condição de ‘sem fé’.

Pra piorar, quando aparece alguém falando, apontando, bradando, clamando, o expõem ao ridículo da mesma forma como fizeram com o Mestre e todos os profetas que o precederam. Em nossa geração, alguns escritores, pregadores e sábios têm apontado num rumo diferente, manifestando uma ciência e consciência mais profunda, que visam libertar as mentes prisioneiras, extraindo-as da alienação. Mas diante destes e de suas mensagens, o que se têm feito? Uns têm seus ministérios e chamados assassinados, outros são humilhados e ficam tão arrasados, ao serem tratados como marginais, que mal podem se reerguer. E ainda há os perseguidos, cujos nomes vêm sendo açoitados nos púlpitos, sites e programas de televisão.

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