O fim da santa ceia


“Como é bastante difícil alimentar com uma verdadeira refeição uma catedral cheia de gente, a santa ceia tornou-se um ritual religioso e simbólico, onde eram servidas quantias microscópicas de vinho e uma bolacha minúscula, que ademais muitas vezes eram consumidos somente pelo clero, enquanto a massa pasma observava com reverência. A santa ceia deixou de ser uma ceia. Antes ela ainda havia sido uma expressão profética de um evento inaudito, a saber, que pessoas de todas as origens sociais, étnicas e culturais consumiam regularmente um jantar crendo na presença de Deus, ocasião em que se esperava a presença corporal de Jesus a qualquer momento, como nos primeiros dias após sua ressurreição.

O antigo jantar tornou-se “eucaristia”, uma forma simbólica substituta do bom churrasco de ovelha que Jesus ainda tinha comido com seus discípulos.

No ano 150 a eucaristia e a assim chamada celebração do ágape já eram duas partes claramente distinguiveis da “santa ceia”, das quais em breve sobrou apenas a “eucaristia”, o simbolismo. O exegeta bíblico Willian Barklay formula-o da seguinte forma: “É impossível que a celebração da santa ceia na casa dos cristãos no primeiro século e a santa ceia de uma catedral do século XX apresentem uma diferença maior entre si. Não têm absolutamente nada em comum”.”
 
"Casas que transformam o mundo" 
Wolfgang Simsom 
 
O que proponho é nada mais do que a volta da igreja a seu estado original de família, no qual as pessoas se conhecem pelo nome completo e convivem de forma integral.
A saída do cristianismo organizado e o retorno ao cristianismo orgânico, no qual é lógica a limitação numérica para que seja mantida a informalidade e não se adentre no meramente litúrgico.
Minhas sugestões de leitura são"Casas que transformam o mundo", de Wolfgang Simsom, "Igreja orgânica", de Neil Cole, "Deixe o meu povo ir", David Dyer.
 
E pra ir um pouco mais além no conceito, sugiro a leitura desse texto que publiquei tempos atrás: O Demônio do CNPJ
 
Rafael Reparador.

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