Nine-eleven
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Eu te aceitei como um presságio, como um sinal te recebi.
Você passou por mim, assim, de forma avassaladora.
Remarcou minha história, foi como um antes e um depois.
Suas dimensões monumentais, baluarte de um império
são como nada ante a coluna de fumaça que se ergueu.
Na geração das mágoas, que apregoa o egoísmo,
coitados tomam o poder reagindo com o que têm.
Usam seus corpos como armas.
Cordeiros suicidas que se rebelam contra o predador.
Os perseguidos agora perseguem!
Estão à espreita, ninguém sabe de onde eles vêm.
Ninguém está seguro, não há tranquilidade.
Depois do que todos vimos, na manhã de sol insípida,
compartilhada com o mundo inteiro,
como que um breakfast maldito.
Pudemos ter a noção apocalíptica,
a revelação nua do caos iminente.
Obrigado, nine-eleven,
você me libertou da mentira cósmica
e me fez ver a lama de ressentimento
que atolou a todos os humanos
me lançando nos insondáveis
oceanos de fé e esperança.
Rafael Reparador