Fênix


Já não sei quem sou, preciso voltar a compor
e derreter o bloco de palavras que me mantém de pé.
Preciso cair no chão!
Vou tirar a mão, deixar acontecer.
Ruir, despedaçar em milhões de peças pra depois montar.

E nascer de novo e sentir de novo
o frescor do vinho que inebria a alma,
que traz riso fácil.
Alegria dócil, o olhar nos olhos, a sinceridade.
Coisas muito boas que são as pessoas que seguem vivendo, e se apaixonando, e se entretendo...
e se permitindo, e se libertando, e se entregando.

Já não sou refém! Já não sou de alguém!
O meu voo é livre, sigo em queda livre, me despedaçar.
Mas não sinto dor, sinto só o amor...
pela liberdade, por minha verdade e minha paixão!

Vou tirar a mão, deixar acontecer...
Vou me entregar, me deixar levar e vou renascer.
Do meio das cinzas, numa madrugada vou te encontrar.
Vou abrir o jogo, vou me desnudar, vou emudecer e deixar falar através dos gestos e da poesia de uma nova dança que talvez nunca mais se verá.

Rafael Reparador

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