Unidade na Diversidade




Efésios 4:1-16

I - Unidade
Gosto de definir unidade com as palavras de um bom amigo chamado Ulli, dizendo que ela não significa tão somente uniformidade. Uniformidade seria uma maneira muito superficial de definir unidade. Unidade é um estado de ser íntimo que emana do interior atingindo a coletividade ao nosso redor.
Ela não se dá no exterior, mas no espírito (v. 3) e é vinculada pela paz fomentada por Jesus.
Ouvíamos nas rádios do Brasil, numa época não muito distante, aquele fabuloso poeta dizer: “quem me dera ao menos uma vez entender como um só Deus ao mesmo tempo é três”.
A natureza completa do próprio Criador – segundo a nossa fé cristã- é multiforme, sendo assim, Ele não é uniforme!!
Então, como posso definir unidade se ela não significa uniformidade?
A unidade se dá por completo na dimensão espiritual, manifestando-se em sete esferas de pensamento e atitude que devem ser muito bem compreendidas por todos nós que somos chamados de igreja.
São elas: Corpo, Espírito, Esperança, Senhor, Fé, Batismo e Deus.
Poderia explicar mais profundamente cada uma dessas esferas, mas aqui não é o lugar nem a oportunidade pra isso!
Por ora nos basta estar conscientes de que é necessário estar unidos nesses sete conceitos e atitudes para que uma unidade vívida tome conta de todos nós, a fim de que a vida de Deus inunde nossa convivência, nos tornando verdadeiras casas de Deus.

II -Diversidade
De uma maneira geral, vivemos num contexto eclesial que acata a predominância de determinadas lideranças espirituais. Isso é algo normal e necessário para a manutenção do que chamamos de sociedade.
O próprio cosmos foi criado por Deus com estruturas que garantiriam a unidade coletiva através de lideranças espirituais, o que chamamos de principados e potestades. Não entendemos bem isso, mas funciona mais ou menos como uma colméia ou um formigueiro, onde todos agem sabendo exatamente sua função, ainda que de forma inconsciente.
Uns chamam isso de mãe natureza eu vejo como uma estrutura de unidade criada por Deus, para reger a vida em sociedade para a qual os seres humanos e outros seres da natureza foram criados.
Sabemos, porém, que os principados e potestades estão caídos e dominados por demônios, mas posso falar também sobre isso em uma outra oportunidade.
Estou apontando nessa direção para tentar explicar que não sou um adepto da anarquia - como alguns amigos costumam me dizer – mas creio nas estruturas de liderança como algo divino. O que quero combater aqui é uma forma de tirania imposta por determinadas lideranças exclusivistas.
Impérios têm sido levantados em torno de uma única pessoa com super poderes e isso é incorreto.
No texto que estou trazendo para refletir com vocês, eu vejo que Jesus deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e mestres, afim de que estes, em unidade, trabalhem no aperfeiçoamento dos santos e isto gere crescimento e edificação em amor.
Amigos, somente numa estrutura onde haja respeito e humildade para aceitar, reconhecer e acatar o chamado de cada pessoa, poderá haver um crescimento em amor.
Antes de subir, Jesus teve que descer às regiões mais baixas (V.8-10). Isso quer dizer que Ele se submeteu completamente a todo o propósito de Deus, acatando a liderança do Pai. Como parte da Santa Trindade, Jesus tinha os mesmos direitos para pensar, sentir, expressar, pedir ou agir.
Como alguém que era líder nato e ao mesmo tempo liderado, Jesus precisava de uma revelação pessoal profunda que lhe garantisse não agir fora do projeto para o qual fora designado. Essa revelação estava justamente no conselho das outras duas pessoas da Trindade. Ele nutria uma relação com a equipe a qual pertencia!
Esse é o modelo de Deus para a igreja: a última palavra não está com o apóstolo, nem com o pastor ou o profeta, mas está conselho concedido pelo dom que o Espírito proporciona na coletividade dos ministérios, em unidade pelo vínculo da paz, gerando direção em cada momento de decisão.
Todavia, esse status elevado chamado de unidade requer um preço que tem parecido custar muito caro para alguns líderes de igreja. O preço é aquilo que está escrito em Filipenses 2:3: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.
Este tem sido o nosso maior desafio! Nossa arrogância não tem permitido considerar aos nossos irmãos maiores do que nós mesmos. Ao vermos a grandeza do dom e das revelações, ficamos inebriados com o poder de Deus em nós e passamos a nos ver como verdadeiros “messias” para uma geração... triste ilusão da alma humana.
Não nos falta poder do Espírito, nem promessas de um chamado, mas faltam-nos humildade e quebrantamento, na vertical e na horizontal para que Deus possa gerar um poderoso avivamento na Igreja.
A Unidade através da grande e maravilhosa Diversidade de dons, estilos, cores, placas e chamados irá promover, se caso conseguirmos romper nossas vaidades personalistas, o maior mover de crescimento e edificação que a Igreja jamais presenciou.

III - Humildade como base de tudo
Antes de Jesus subir aos altos lugares para os quais Deus o predestinou a tomar, teve que descer aos lugares mais baixos. Ele morreu uma morte dura e cruel e ainda foi até o inferno para pregar aos espíritos em cadeias.
Antes de pensar que somos alguma coisa, devemos analisar na forma como Jesus serviu à humanidade. Sendo o Criador e Deus de tudo, desceu até aqui, sofreu as piores condições dentro deste corpo decaído e ainda foi ao inferno.

Humildade para que se mantenha a unidade, ainda que sejamos tão diferentes uns dos outros!!!

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