O Mamon e o Egoísmo
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Um dos temores do apóstolo Paulo é ver a sua igreja enganada, por isto ele dizia:
"Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais". (2CO 11:1-4)
O crescimento da igreja de Jesus tem apresentado sub-produtos que negam a verdadeira natureza da fé evangélica: o abandonando da simplicidade da fé e a mudança da natureza do Evangelho.
Mamon, repudiado por Jesus, tem dominado a igreja de Cristo. Algumas das expressões da presença deste principado são os mercadores da Palavra de Deus, que cobram os cachês milionários. Certos pregadores e levitas se transformaram em exploradores do povo de Deus, para vender a sua mercadoria a um altíssimo preço, com exigências loucas, igualando-se a celebridades e artistas de cinema, exigindo hotel cinco estrelas, aparelhagem da marca mais cara, até com guarda-costas.
Um dos títulos de Jesus é Rei. Mas Ele é rei- servo. Ele mesmo disse de si: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc. 10:42-45) O servo verdadeiro de Jesus não estaria atrás dos aplausos, adulações, como qualquer celebridade mundana, mas estaria sendo porta voz do Senhor que deu a sua vida pelo mundo, e pensaria no bem-estar do Corpo de Cristo e do Reino de Deus. Se não voltarmos a viver no espírito de humildade e mansidão, simplicidade, vamos ouvir do nosso amado Mestre, uma Palavra de reprimenda.
Existem dois extremos de subserviência a Mamon nas igrejas, no que se refere a honorários dos pregadores e obreiros. Há igrejas que ungem pastores, líderes, obreiros, exigem trabalho, mas não honram os obreiros. Não oferecem nada, não dão nada. No outro extremo, temos algumas igrejas que têm dado um salário altíssimo, equivalente ao de executivos de multinacionais aos pastores e músicos, enquanto os membros vivem de orçamento apertado; os órfãos estão sendo esquecidos; as viúvas abandonadas, e os missionários nos campos passam fome.
Todo obreiro é digno do seu salário. Mas, tornar-se rico através do ministério é algo totalmente fora do propósito de Deus. O autor de provérbios, antevendo a tentação, disse que nós não deveríamos nos esforçar para ser ricos. “Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus.” (Pv. 23:4 e 5)
Todo obreiro é digno do seu salário. Mas, tornar-se rico através do ministério é algo totalmente fora do propósito de Deus. O autor de provérbios, antevendo a tentação, disse que nós não deveríamos nos esforçar para ser ricos. “Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus.” (Pv. 23:4 e 5)
Alguns empresários cristãos têm tomado o modelo dos empresários brasileiros que se caracterizam declaradamente de gananciosos. A maneira de ganhar dinheiro é mercenária e cooperadora, certamente estão debaixo do controle do Mamon. Assim, verificamos a ganância de muitas gravadoras, editoras e outras empresas evangélicas que comercializam a Palavra de Deus! Há muitos empresários mercenários no chamado “mercado evangélico” que produzem lucros exorbitantes. E estes pouco se importam em tornar o Evangelho acessível às pessoas.
A teologia da prosperidade que tem invadido o Brasil através de meios de comunicação tem iludido milhares de pessoas com falsas promessas bíblicas de riquezas e uma vida sem problemas! Deus certamente não deseja que os filhos seus vivam na miséria e na pobreza. Mas o Senhor abomina a exploração do povo e a insinuação de que, se você não se tornar rico, está fora da bênção. Deus nunca prometeu prosperidade para que os seus seguidores se tornarem ricos, para gozar a sua vida. Ele prometeu prosperidade para ter e poder dar muito. Quando damos, abrimos as comportas dos céus para nos abençoar. Mas a motivação no dar é algo delicado. E, ademais, a Bíblia diz que o ganancioso, o avarento é idólatra, e estes não irão herdar o Reino de Deus. (Ef. 5:3)
Mudança da natureza do Evangelho. O primeiro mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas. O nosso lema é viver para Deus e para os outros. “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.” (Mc.12:30) O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. “Não há outro mandamento maior do que estes.” (Mc. 12:31)
A mensagem, o coração do evangelho, é amar a Deus e dar a sua vida para os outros, como Ele fez para nós. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1Jo 3:16)
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa, achá-la-á.” (Mt. 10:37-39)
O evangelho que está sendo apresentado é voltado para o homem e a sua necessidade. É um evangelho homocêntrico e egocêntrico, voltado para engordar o ego. É um evangelho para satisfazer a vontade do homem e fazer os homens felizes, que alcancem a auto-satisfação. Ele se sente bem pregando, e assim ele se tornou pregador. A sua motivação é satisfação própria. Não é para cumprir a vontade de Deus, nem para trazer a palavra que sai do coração de Deus, mas para satisfazer a si e falar aquilo que os outros querem ouvir.
"Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes".
(2Tm. 3:1-5)
O Senhor nos convida a nos arrepender. Pois a transformação da nação começa com a Igreja restaurada.
Neuza Itioka