Viva as borboletas
Assisti dia desses, um filme com a atriz Salma Hayek, que narra a história de três mulheres, as “irmãs Mirabal” em sua luta épica contra a sangrenta ditadura de Trujillo, na República Dominicana.
Aquelas “rebeldes” estavam cheias de esperança por uma transformação que trouxesse igualdade, justiça e paz a sua nação.
Sua luta, portanto, destacou um símbolo que veio a se tornar a principal marca e slogan daquele levante popular: as borboletas!
Sem dúvida, as borboletas são a mais comum personificação do que entendemos por metamorfose. Sua espetacular passagem de um ser tão limitado e primitivo, para uma criatura tão linda, de explosiva diversidade de cores, tamanhos e formas é um fenômeno natural a ser celebrado.
A comparação daquelas irmãs dominicanas com as borboletas se faz justa pelo fato da existência de uma convicção radical e incondicional de que as coisas mudariam.
Elas sabiam que, se lutassem, uma nova realidade seria estabelecida entre seu povo e, lutar ao lado de poucos e mal treinados “camaradas”, contra a estrutura militar de uma nação regida pelo cetro de ferro de um ditador parece uma tarefa suicida. Humanamente, é! Mas não da perspectiva das borboletas.
O ensinamento do Senhor acerca de nossa luta contra o estado atual das coisas é que “se o grão, caindo na terra não morrer, fica ele só, mas se a semente morrer produzirá muito fruto”.
Se colocarmos nossos corpos e mentes (tão limitados) à serviço dos altos e belos ideais que habitam nossas entranhas espirituais, veremos que nossa morte nunca será vã.
No texto bíblico de Romanos 12:2, em que Paulo nos orienta a não nos conformarmos com as coisas do jeito que elas são, mas a nos deixarmos transformar pela renovação das mentes, para que, enfim, experimentemos a verdadeira dádiva de Deus em nossa história de vida.
Vejo aqui um chamado apostólico à morte dos maiores inimigos da humanidade, os quais sempre privaram suas gerações da manifestação do sonho divino: a passividade, a mediocridade e o medo, entre outros atributos que dominam a vida daqueles que baixam a cabeça diante da injustiça e de pecado, condescendendo com os erros de sua geração.
Morra para esse pobre “eu” que insiste em dominar o revolucionário que está dentro de você e assista ao espetacular vôo da criatividade, da beleza e da vida de Deus que advirão de sua metamorfose.
E assim como diziam os pobres e oprimidos dominicanos sedentos e esperançosos pela novidade de vida em sua terra:
Viva as borboletas!