Evangelho Gaúcho
Uma graça que temos recebido do Pai é a de poder servir a todas as igrejas, sejam modernas, tradicionais, pentecostais, neo-pentecostais, celulares, apostólicas...
Em cada show ou ministração que realizamos, recebemos oportunidades de ter comunhão e assim tomar conhecimento de histórias de uma grande diversidade de pessoas e comunidades que marcaram de alguma forma os céus de nosso estado.
Quando estou diante de uma igreja que tem 20, 30, 50 ou 80 anos de história numa localidade, fico curioso para saber dos irmãos mais vividos as histórias dos movimentos que lhes consolidaram em sua cidade.
Os relatos de curas, de grandes concentrações de fé, de movimentos de profunda comunhão, de adoração sobrenatural, de campanhas evangelísticas, de programas de rádio e todos os seus resultados dentre as populações que foram atingidas por essas diversas expressões do Evangelho, me levam a acreditar que muitas sementes foram plantadas neste solo e que inúmeras obras foram realizadas aqui pela fé e perseverança de heróis que por aqui passaram, dando suas vidas pela visão de Deus.
A cada dia que passa, enquanto vejo meu corpo envelhecer diante de meus olhos e o vigor se tornar cada vez mais precioso pra mim, sentindo a respiração ficar mais e mais pesada entre um intervalo de uma música e outra, penso naqueles que deram suas vidas pela expressão e proclamação do Reino de Deus aqui no meu estado.
Nas suas lágrimas, nos seus joelhos marcados, nas lastimáveis, porém, inevitáveis perseguições que passaram pela incompreensão dos velhos perante os novos, vislumbro no espírito um plantio poderoso realizado por patriarcas sonhadores. Os quais, como José, foram lançados em prisões sob a acusação de sonhar demais, de enxergar demais onde poucos poderiam ver.
Não eram ricos, tampouco faziam parte das aristocracias de suas nações originais, eram homens e mulheres humildes, porém, convictos de que seu trabalho seria honrado com justiça, conforme os princípios que traziam no peito.
No último fim de semana, tive a oportunidade de ir com os Reparadores em Nova Petrópolis e pude trazer alguns ensinos preciosos daquele povo.
Digo que se você for pra lá como um turista, ficará encantado com a beleza européia de sua arquitetura, com a abundância e fartura de suas mesas e com o ar puro das verdes montanhas que a cercam.
Agora, se você for pra lá enviado por Deus, verá um povo muito trabalhador, extremamente honesto, que honra suas tradições, respeita aos seus princípios e que recebe a Palavra de braços abertos.
Contudo, com a desconfiança de quem partiu para uma terra que não conhecia, filtram tudo o que é novo, rejeitando o que não presta, acolhendo silenciosamente a Verdade que lhes foi anunciada.
Assim é o gaúcho, que não se deixa enganar pelo caixeiro viajante “um-sete-um”, mas que é capaz de respeitar a uma árvore que tem frutos, principalmente se está plantada ali há algumas décadas, se harmonizando com seu ambiente, somando ao projeto de sua cidade.
Quem quiser ganhar o Rio Grande deve saber que aqui a igreja é o resultado do trabalho de uma vida inteira.
Vença a prova do tempo e ganhará o coração dos gaúchos!
Porque aqui, nego bom não se mistura com quem não tem raiz e tampouco frutos.
Shalon!!
rafa