A religião evangélica tem se tornado tão complexa e tão cheia de novidades, com revelações que parecem não ter mais fim.

Enquanto caminhamos na vida comum da Igreja, uma série crescente de ensinos e doutrinas têm sido passadas ao rebanho de Deus com o status de grandes e últimas notícias do Reino.

Observe que a nova linha de ensino cristão não prima mais que alguém aprenda a ouvir e discernir no Espírito, passando a viver uma comunhão direta com o Senhor da Igreja. O mais comum hoje é que todas as pessoas ouçam e sigam continuamente a diretriz daqueles que detêm os royalties do Reino com o acesso irrestrito ao povo através do púlpito. Isto não só tem transformado pessoas em massa de manobra, como as tem impedido, muitas vezes, de chegar a uma maturidade espiritual.

Na “arte do evangelismo pessoal” a frase você já conhece Jesus? é praticamente imprescindível. Contudo, fazer a obra de um evangelista, conforme os padrões de Paulo passados ao discípulo Timóteo (II Tim. 4:1-5), vai além de uma mera apresentação do Senhor, mas consiste em pregar, repreender, exortar com insistência e com muita paciência.

Fazer Jesus conhecido e torná-lo íntimo das pessoas é uma obra extraordinariamente exaustiva e deve ser o exercício primordial de nossos ministérios.

A criação crescente de novas linhas de pensamentos doutrinários, denominações, visões, apostolados e moveres espirituais têm gerado uma incontrolável multiplicação de tradições e filosofias.

A igreja dos Colossenses foi advertida a ter cuidado para não se aprisionar por meio dessas tradições humanas, as quais são operadas segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.

- Rudimentos são o mesmo que noções iniciais, as primeiras impressões sobre algo, um conhecimento pouco aprofundado.

Muitos cristãos têm apoiado sua fé neste tipo de conhecimento que, conforme Gálatas 4, são esquemas doutrinários fracos e pobres, muitas vezes baseados em observação de datas, de festas e de lugares sagrados, além de tradições antiquadas e incoerentes com o Evangelho, como no caso das tradições judaicas.

Tais disciplinas religiosas, possuem aparência de justiça e piedade que dão uma falsa sensação de conforto e satisfação espiritual, não produzindo, contudo, espiritualidade verdadeira.

A contra proposta diante desses ensinos vãos é o conhecimento da vida de Cristo, pois em sua pessoa habita corporalmente toda a plenitude da Divindade, tendo consigo encerrados os segredos de Deus, suas virtudes e seus tesouros de sabedoria e ciência.

1) Quem é Jesus?

Ele é a verdadeira religião. O verdadeiro médium, a ligação entre Deus e o Homem. (muitos crentes dependem de outras pessoas para se relacionar com Deus).

I Timóteo 2:5

O ministro da verdadeira Casa de Deus, que não está baseada na Terra e não foi fundada por homem algum. (muitas igrejas pertencem a homens e convenções).

Hebreus 8:1-4

O único caminho, no qual não há sombra de dúvida ou variação, a verdadeira esperança da vida.

O próprio Deus viável, disponível e acessível.

Ele é a pessoa que detém a direção, a idéia e a virtude fundamentais para reconduzir o ser humano ao projeto eterno, que é o reencontro com o Pai.

João 14:6

- O andar da religião baseada nos rudimentos do mundo é incerto, errante e variável, por causa da constante necessidade de se agregar novos conhecimentos ao que já se possui. Em Cristo, tudo está pronto, está na pessoa dEle e conhecê-lo em profundidade nos fará andar em fundamento sólido.

2) Quem é a Igreja?

Muitas pessoas fazem parte de uma igreja, mas sabemos que nem todos os seus freqüentadores caminham sólidos em uma base de fé no Senhor.

Arrisco a dizer que “há muitos que vão à Igreja e alguns que são a Igreja”.

Sobre essa gigante diferença, proponho uma reflexão:

O texto de Mateus 16:13 – 19 narra o episódio quando Jesus interroga seus discípulos mais chegados, procurando saber o que se dizia sobre ele dentre os que o seguiam.

A grande maioria das pessoas dizia que Ele era o ressurgimento de algum profeta, como Elias, Jeremias ou João Batista.

Os profetas citados, por maiores que tenham sido, eram homens comuns. Havia profetas antes, durante e depois dos tempos de Jesus.

- Profetas são tidos como oráculos, gurus, homens iluminados que possuem dons especiais, videntes capazes de contemplar o que os “normais” não vêem.

Os profetas eram e ainda são procurados pelo povo para ter seus problemas solucionados e suas perguntas respondidas, ou seja, eles são entidades muito úteis para pessoas místicas.

Note que as multidões procuravam estar perto de Jesus por causa de suas capacidades em curar enfermos, multiplicar pães e realizar coisas miraculosas. Eles os viam como um profeta capaz de resolver suas demandas.

Assim é hoje, quando multidões vão aos templos evangélicos em busca de uma cura, uma solução para os problemas financeiros, a libertação de um filho das drogas, ou um marido do vício do álcool.

Muitos, ainda hoje, enxergam Jesus da mesma maneira que aqueles seguidores enxergavam, como um profeta milagroso, uma espécie de curandeiro solucionador de problemas imediatos, que multiplicava pães e agora multiplica dinheiro, que curava a lepra e hoje cura o câncer e a Aids.

Mas havia alguém entre os discípulos que via algo mais em Jesus. Que havia percebido em seu espírito que o Mestre representava muito mais do que um novo profeta, exorcista ou místico.

Pedro disse: Você é o Ungido, o Filho de Deus!

Aquele acerca de quem os profetas falaram, sobre quem Moisés e Davi profetizaram. Não apenas mais um profeta, mas o cumprimento das profecias! Não é a nova onda da adoração, o novo mover do espírito, nem uma nova unção, Jesus é o Ungido, o Filho e a Imagem do Deus invisível sobre o qual repousam todos os segredos e mistérios eternos da Criação.

Saber disso não é para todos! Ver Jesus e entender que se trata do Filho de Deus, Senhor absoluto e Rei sobre tudo é fruto de uma visão sobrenatural, uma revelação concedida pelo próprio Pai da luzes. Uma iluminação interior que rompe as trevas ignorantes dos pensamentos e tradições humanos, despertando uma nova dimensão de relacionamento com Ele, que é a verdadeira perspectiva da Igreja.

Acerca da resposta de Pedro, Jesus disse: “sobre esta pedra edificarei minha igreja”.

Não é Pedro quem é a pedra, mas a confissão de Pedro, a revelação concedida pelo próprio Deus Pai.

Esta não é mais uma revelação humana, mas a Revelação vinda direto do Trono da Graça.

É perante essa plena convicção que as portas do inferno não podem prevalecer, pois dentro da Igreja Verdadeira repousa um poder sobrenatural imutável, que independe das mudanças e variações do pensamento humano.

Não é uma doutrina assoprada pelo vento, nem uma filosofia nascida na mente mais brilhante, essas coisas pertencem aos rudimentos deste mundo.

É no verdadeiro conhecimento de Cristo que se encontram as chaves do Reino dos Céus, as quais lançamos mão a fim de fazer vir a realidade Celeste para a terra, estabelecendo suas virtudes por onde a Igreja passar.

Salvando, curando, libertando, convencendo aos pecadores, testemunhando diante do mundo, mas, sobretudo, obtendo uma clara convicção de quem somos, através de um revelação de quem é Jesus, seu senhorio e sua divindade.