Jovens revolucionários
Che Guevara teria dito que ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética.
Eu acho isso também, mas às vezes eu me canso desse lance de revolução, mas só às vezes, confesso. Na maior parte de meu tempo, vivo mergulhado em uma ânsia pessoal por mudar o mundo ao meu redor.
E o meu mundo é a Igreja! Felizmente, pois eu amo a Igreja e tenho devotado minha vida integralmente para ver corações e mentes libertos das garras afiadas da rapinagem religiosa que tenta dominá-la ao longo de sua gloriosa história aqui na terra.
Mas eu chamo de Igreja, com I maiúsculo, a Noiva pela qual o Filho de Deus pagou altíssimo preço, a fim de recebê-la e prepará-la para si pura e sem defeito, sem defeito, sem defeito, sem defeito... (sacou o delay?).
Se Jesus pagou um preço tão alto é porque deve haver um grande valor nela que, confesso, eu próprio ainda não vi. Vivo, contudo, pela fé tentando repetir suas ações, dispondo-me a segui-Lo, mesmo que me pareça insano.
Afinal, se Ele deu sua vida, por que eu não daria a minha?
No entanto, pegando a Bíblia vemos que as tentativas do próprio Mestre em se fazer compreendido dos crentes da época só resultaram em perseguições e incompreensão geral. É então que me ponho a questionar no que vai ser de mim, que não tenho um milionésimo dos recursos pessoais do Senhor e insisto em viver nesta revolução doida.
Vi em Mateus 23:37, por exemplo, Jesus declarando que tentou várias vezes ajuntar seus filhos debaixo de suas asas, mas eles não aceitaram, porque eram profetas quem traziam essas boas novas e daí, acabaram mortos e apedrejados pela religião.
Irmãos, quando é que aprenderemos a aceitar os profetas que vêm em nome do Senhor? Não falo daqueles pra quem as igrejas têm insistido em pagar altos cachês visando o entretenimento de suas platéias, mas os que o próprio Senhor enviou. Aqueles sobre os quais está escrito: “eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade”. Mateus 23:34.
Entendamos de uma vez por todas que aqueles que geralmente gostamos e pagamos para ouvir, são os que não foram enviados pelo Senhor e os que apedrejamos, estes sim, foram Ele quem mandou.
Jesus é quem envia, não é o pastor quem contrata!
A galera só quer ouvir o que curte, ter sensações arrepiantes e, qualquer coisa que pareça agressiva à sua infra teologia pré-moldada, joga-se na lata de lixo doutrinário.
Tudo isso irá gerar um resultado gravíssimo pra todos nós. Veja o que o Senhor disse em Mateus 23:39: “desde agora não me vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor”.
Gente, Ele sai fora porque não precisa ficar agüentando nossos caprichos e desejos espirituais, oriundos de nossas insanas experiências evangélicoesotéricas, as quais manipulam pessoas com a falsa idéia de que se pode manipular Deus e os tais, como feiticeiros que se tornam em sua espiritualidade, expulsam profetas, rejeitando a verdadeira sabedoria, não enxergando que ali estava anexado o Espírito da Verdade, que é a pessoa de Jesus.
Não sei até quando meu espírito permanecerá jovem e revolucionário, mas ainda que eu me canse dessa guerra suicida na qual me meti - não por escolha, mas por chamado, diga-se de passagem – espero que permaneça em mim a perene seiva que esteve sobre Jesus em seus dias, a qual João retratou de maneira tão linda e profunda, marcando de maneira decisiva meu ministério no Senhor, quando escreveu: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João 1:14.
Mesmo que nossas atitudes não sejam radicais como as dos mais inflamados revolucionários que entraram para a história humana, que sejam, antes de mais nada, cheias de graça e de verdade, e que manifestem a Glória do Pai, pois esta é a verdadeira encarnação do Verbo.
rafa,
Na revolução