Incapazes de ouvir a Deus


A apresentação profética de Jesus em sua geração gerava enormes controvérsias. De fato, o Senhor desencadeou um cataclisma teológico, abalando a mentalidade religiosa de seu tempo.

Não tenho dúvidas de que isso ainda acontece nos dias atuais com aqueles que têm sido enviados por Ele as nossas igrejas.

Há uma geração profética, isto é um fato.

Sempre há um remanescente que testemunha com fidelidade a revelação genuína do Senhor, demonstrando ao mundo a sã doutrina e a piedade cristã.

Contudo, se há um remanescente fiel, um resto, uma pequena parcela de justos é porque, em contrapartida, existe uma massa dominante em apostasia e, sobressair a isto, significa romper amarras e ataduras de preconceitos, gerando inevitavelmente reações invejosas e controvertidas, perseguições e críticas, que são o resultado do abalo nos interesses dos que lideram institucionalmente o rebanho de Deus.

Em João 5, Jesus defende a veracidade de seu chamado profético perante sua geração, mostrando aos judeus sinais e provas bíblicas de sua posição mística.

Porém, quase no final desse mesmo capítulo, dos versos 41 a 44, o Senhor nos dá a razão pela qual alguns religiosos estavam sendo impossibilitados de acreditar:

“Eu não recebo glória dos homens; Mas bem vos conheço que não tendes em vós o amor de Deus. Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis. Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus?”

Jesus deu uma machadada certeira no espírito que domina a alma de todos os religiosos institucionais.

Todos gostam de receber honrarias e elogios!

Qualquer religioso sente-se muito bem ao ser chamado servo do Deus Altíssimo ou convidado a assentar-se num trono pomposo posicionado em lugar de destaque diante da congregação. Alguns, em eventos de grande ajuntamento, exibem toda sua eloqüência, destilando palavras belas e profundas, rasgando a seda em favor das autoridades presentes.

Esse quadro é normal e passou a ser parte de nossa liturgia até. Culto especial sem isso, nem é tão especial assim, diria.

Ocorre que quando entramos nessa correnteza ilusória de elogios, intitulações, honras e comendas, somos empurrados para o campo da vaidade e naturalmente enganados, esquecendo-nos de quem somos originalmente.

A Bíblia diz que se alguém julga ser alguma coisa, não sendo, engana-se a si mesmo e é aí que habita o nosso grande perigo no lance da babação de ovo, quando os elogios nos enganam e nos levam a esquecer quem somos. Nos tornamos arrogantes, convictos de nossa posição e perdemos a sensibilidade espiritual.

Resultado: somos incapacitados de crer naquilo que vem de Jesus.

Entenda, esse círculo vicioso de elogios afeta nossa sensibilidade profética e nos torna aleijados espirituais, incapacitados de discernir as coisas novas de Deus. O vinho novo, o mover novo, a nova visão, a nova unção, tudo isso passa por nós e refutamos, recusamos, apedrejamos e expulsamos de nossas congregações.

Sabe quem vem em nome do Senhor?

1) Alguém que não recebe para si a glória que pertence a Deus, pelo contrário, se humilha diante do elogio;

2) Alguém que nunca buscará estabelecer o seu próprio projeto, pois virá em nome do Pai.

Não quero que esta palavra soe como um juízo, mas sim como uma advertência para esta geração profética, pela qual me dedico e na qual acredito. Vocês devem saber que aqueles que vêm para estabelecer seu próprio nome, sua própria empresa cristã ou sua própria visão, são recebidos, mas todos os que vierem em nome do Senhor, profetas que são, serão rejeitados.

Por isso, estejam preparados para a militância.

rafa,

Na revolução.

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