A idéia de superioridade e domínio é comum no exercício da liderança. O modelo de governo, onde alguns exercem poder sobre muitos, é simbolizado pela figura geométrica da pirâmide – um rei lá na ponta de cima, sobre as cabeças de muitos súditos.

Jesus disse que entre nós – Igreja - não deveria ser assim, mas pense...

No final do evangelho de João, há uma conversa franca entre o Senhor e Pedro. Nela, o Mestre pergunta várias vezes ao discípulo se ele o amava mesmo, fazendo-lhe a seguir um pedido: cuide de minhas ovelhas!

Aí está exposto o elevado padrão do ofício de pastor, o amor!

Um verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus em seu modelo de vida, em seus passos, em suas Palavras, tudo isto, deixado como legado pelo Evangelho, a sã doutrina dos apóstolos e pela companhia constante do Espírito Santo, o qual nos ensina todas as coisas perfeitamente.

Contudo, o caminho do serviço no genuíno cristianismo é marcado por constantes contrariedades entre a vontade de Deus e a nossa.

Não é raro, nesta era da informação, termos contato com tantos tipos, modelos e tamanhos de instituições-igreja, que acabamos sendo atraídos pelas experiências de êxito de outros, as quais aguçam nosso desejo de atingir novas proporções, enveredar em novos rumos, transicionar nossas mentes de simples pastores de ovelhas, para uma mentalidade empreendedora de sucesso e conquista territorial.

O caráter do pastor, que antes se contentava em zelar e amar as almas que o Senhor, como um velho amigo, havia lhe pedido para cuidar, agora está ultrapassado.

Quando vemos pastores conduzindo seus rebanhos via satélite, direto de Miami, ou dos canais de TV que compraram por milhões de dólares, ou ainda, voando pelo mundo afora em seus aviões particulares, olhamos para nosso povinho e nos sentimos pessoas menores ou, como alguns apóstolos têm pregado, de pouca fé, de mente velha e conformada.

Há um detalhe, no entanto, que lança luz em minha alma e me faz sentir feliz no meio desta minha pequenez. Na mesma conversa de Jesus com Pedro, o Senhor diz que quando ele era jovem andava e se vestia por onde e como queria, mas que ao ficar mais velho, outra pessoa o guiaria e vestiria. O texto é concluído com a revelação de que isso se referia à sua morte, com a qual glorificaria a Deus.

Após essas coisas, disse Jesus: Segue-me!

Eu sempre pergunto para mim mesmo o que quero do ministério. Se sou de fato um pastor chamado a seguir o modelo do Senhor ou se estou sendo levado pelos ventos de doutrinas que ensinam como encher templos, angariar prosélitos e administrar uma igreja lucrativa.

Entendi que quando era um menino, fazia o que queria e andava no caminho que achava certo, mas a maturidade ministerial tem me levado a compreensão de que, ao seguir Jesus, devo entregar o comando de minha vida a Ele.

Para onde vou, como vou, que camiseta vou vestir, enfim, esta é a morte que devo morrer para glorificar o nome de Deus.

rafa,

Na revolução