Miserável dinheiro

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon”. Mateus 6:24.

Todos nós, crentes, enquanto vagamos por esta vida passamos pela constante guerra entre os dois caminhos expostos nas palavras de Jesus registradas no texto acima.

O Senhor é taxativo quanto a não existência de um meio termo. Não há como ficar em cima do muro quando a questão é decidir entre grana e Deus.

Fico chocado quanto a ignorância que temos da dimensão que o dinheiro toma em nossas vidas. A palavra grega utilizada aqui foi mamona e era comumente usada para fazer alusão ao dinheiro. Foi traduzida em algumas versões da nossa Bíblia para riquezas e com o tempo tomou caráter de deus.

Mamon não era exatamente um deus, mas se tornou um por causa da dedicação das pessoas a ele e, assim sendo, passou a ser adversário do Deus Vivo, concorrendo diretamente com Ele pelo lugar principal em nossos corações.

O dinheiro acabou por receber essa ênfase em nossas vidas não pelo objeto de valor que é, mas por aquilo que representa para a humanidade. A riqueza, neste caso evocado por Jesus, não se refere meramente a papéis utilizados nas negociações de troca por bens de consumo, mas faz alusão a uma lógica, uma maneira de viver e desejar.

O Mamon tratado aqui, se refere a um estilo de vida que é totalmente influenciado pelo dinheiro!

Observando as atividades comuns das igrejas da atualidade, posso dar um exemplo claríssimo sobre como uma vida que subsiste pela lógica da riqueza age.

Uma determinada denominação convoca a seus seguidores pra que possam adquirir um canal de TV ou uma estação de rádio, a fim de divulgar mais amplamente a mensagem do Evangelho.

Como qualquer outro bem material custa dinheiro e deverá ser levantada uma quantia razoável para sua compra e manutenção.

Tudo é espiritual no começo, mas com o avanço da jornada na administração de uma empresa de telecomunicação como outra qualquer, a linguagem acaba por tornar-se mais e mais ligada aos termos do mercado. Ibope, share, lucratividade, merchandising, propaganda, comerciais etc.

Qualquer instituição, por menor ou maior que seja, deve corresponder ás expectativas para as quais foi criada e numa organização cristã, a lógica da pregação e do testemunho do Evangelho é o que deve influenciar sua mentalidade, ações e finalidade.

Jesus disse que “os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, tornando a pessoa infrutífera”. Mateus 13:22.

Acredite ou não, acho que este versículo também se aplica às pessoas jurídicas!

Muitas organizações cristãs perderam sua lógica fundada na piedade, no amor, no testemunho do Evangelho e passaram a viver dentro da mentalidade do mercado.

Em termos bíblicos, isso quer dizer que deixaram de adorar a Deus e passaram a adorar Mamon.

Vemos muitas empresas ditas cristãs dizerem: aqui não é igreja, isto é um negócio como outro qualquer. Exploradores do mercado cristão, prostitutos, vendilhões do templo... mal posso esperar por ver a hora que Jesus os expulsará das imediações do Evangelho.

Lucrem bastante agora, pois o preço eterno que pagarão será bem alto!

rafa,

na revolução

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