Quando o ideal já não basta!
Estou aprendendo muito observando a luta das minorias do Brasil e do mundo nestes últimos dias. Tenho analisado a postura dos guerreiros com seus ideais de igualdade e liberdade, que trabalham incansavelmente pelo fiel estabelecimento de seus diretos como cidadãos e seres humanos.
Particularmente, penso que toda luta por ideais como estes é legítima!
Virtudes que enobrecem, que produzem crescimento, evolução, melhores condições de vida, valores de respeito e igualdade são coisas pelas quais vale a pena lutar.
Contudo, uma observação mais aguda nas entrelinhas dessa caminhada humana pode nos levar a uma triste conclusão: a de que lutamos por nossos ideais até a chegada de uma hora em que os mesmos não nos bastam.
As bandeiras ideológicas, os credos, a fé, os nacionalismos são o gatilho acionado de armas revolucionárias. Seus princípios são difundidos e plantados como sementes no interior de outros até que atingem o coração, terreno fértil das paixões, impulsionando coletivos no rumo do sacrifício vicário, entregando suas vidas pela causa que lhes cativou.
O exato momento em que o ideal passa a não ser o bastante é aquele em que a “outrora minoria” atinge a condição de poder. Por menor que seja ou, seja qual for a sua esfera de influência, o estado de poder redefine a luta dos idealistas.
Quando nosso grupo ou classe chega lá, tudo muda!
Vejo isso no exemplo do meu grupo, a Igreja Evangélica que tempos atrás era uma minoria no Brasil, orava, lutava contra o pecado, se portava diante da sociedade como profetas, em meio aos humildes, cheios de seriedade e temor. Hoje, após sermos capazes de eleger políticos nas esferas municipais, estaduais e federais; após termos representantes em todos os ramos importantes da sociedade, após termos alcançado o poder da mídia, do dinheiro e da difusão de nossas doutrinas, temos pisado na jaca de forma ridícula, não raramente.
Lembro-me também do PT, que era considerado uma espécie de reserva moral da política de nossa nação e quando chegou lá, tem demonstrado uma similaridade constrangedora com os partidos historicamente rivais. Tudo sob o argumento da governabilidade, ou seja, vale tudo pela governabilidade, mensalão, alianças sórdidas, mentiras etc.
Agora, vemos um movimento patrolando a sociedade com toda força em busca do reconhecimento de seus direitos: o movimento dos gays, lésbicas, bissexuais e transsexuais.
Começaram na luta pela liberdade para obter união civil entre pessoas do mesmo sexo e pela criminalização da homofobia, termo usado para definir o tratamento hostil, a discriminação e a violência contra pessoas desse grupo.
De fato eu acho que é um grupo que precisa ser visto com carinho pela sociedade, deve ser protegido por leis especiais, sobretudo, por causa de movimentos violentos contrários.
Só to escrevendo sobre isso aqui pra deixar registrado que essa luta aí, que tem custado o esforço e o sangue de um monte de “arigós”, no final, vai gerar poderes e representatividadesente pra meia dúzia de demagogos, que sairão por cima, ganharão dinheiro, darão ordens, apavorarão alguns etc.
Sempre a mesma história: a guerra das classes, das instituições, a ambição, a manipulação, o princípio de tudo no ideal e o fim de tudo no poder.
rafa
na revolução, mas não quero ser mais um na massa de manobra!