T-Rex e os paradigmas

Outro dia, assistindo a um programa científico pela TV, recebi uma informação bombástica que mudou radicalmente minha base de dados acerca dos dinossauros: o temível T-Rex, não é mais considerado pelos estudiosos como o glorioso predador da pré-história.

Devido às últimas descobertas, agora o classificam como um eficiente comedor de carniça, uma espécie de urubu jurássico, só que sem asas.


Fico impressionado e me sinto um pouco tolo, confesso, com o fato de algumas teorias estarem tão fortemente arraigadas na construção de nossa maneira de pensar, que passam despercebidas diante de nós, sem nenhum questionamento.

É neste ponto que me encanta a mentalidade investigativa, naturalmente questionadora e muitas vezes, iconoclasta, que a ciência pressupõe.

Afinal de contas, sempre soubemos que o Tiranossauro Rex foi o rei dos predadores da pré-história, até que um dia, enfim, alguém se determinou a enxergá-lo por uma lente libertária, sem a interrupção tendenciosa dos livros que tradicionalmente tratavam sobre o assunto.

Foi essa mentalidade que tornou aquele cientista capaz de concluir algo inovador, baseado em constatações lógicas, não tradicionais, científicas e sob a ótica das novas instrumentalidades que são obtidas com a modernidade.

Através dessa mesma disposição mental questionadora, acredito que poderemos revolucionar o pensamento do papel da Igreja no mundo.

Adotando uma lógica um tanto mais curiosa, instigada pelo desejo de viver um Evangelho relevante diante do mundo moderno, tenho esperança de que alcançaremos uma espiritualidade livre e altamente eficaz diante de nossa geração. Assumindo uma postura que nos conduzirá no caminho oposto ao do conservadorismo tradicionalista, que tem formado mentes cerradas em fundamentalismos tolos.

Ora, todo fundamentalismo é anticristão, pois coloca preceitos acima de pessoas e esta é uma prática de vida que não foi adotada por Jesus.

Ao utilizar como ilustração a nova descoberta da pré-história, quero chamar a atenção dos leitores sobre o modelo adotado por cada um de nós em nossa espiritualidade enquanto cristãos, músicos ou não. Recebemos heranças teológicas e doutrinárias que têm sido acatadas por todos nós sem ao menos nos perguntarmos sobre suas fontes.


Por tradição, a Igreja tem recebido de forma inerte liturgias e costumes vindos de pessoas que fizeram suas próprias leituras da Bíblia. Contudo, alguns notáveis da história ousaram crer e viver o Evangelho em dimensões que iam além das convencionais, optando viver acima da linha da mediocridade religiosa e vencendo o sofisma da segurança do pensamento da maioria.

Deus tem segredos para revelar a seus filhos e anseia que uma curiosidade provoque nossos corações, gerando uma busca apaixonada que nos conduzirá a uma profunda intimidade espiritual, trazendo consigo a revelação de mistérios ocultos reservados para os que temem a Deus.

Não podemos nos render calados diante do que recebemos pela tradição, mas necessitamos enveredar numa busca pessoal pela perfeita revelação dos segredos que o Senhor guardou para este tempo, pois este é o nosso tempo e a responsabilidade em vivê-lo plenamente, é de cada um de nós!

rafa

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