A ira, o amor e o ódio


O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga”.

Provérbios 13:24

É preciso ter um olhar atento pra encontrar o elo que liga esses três elementos. Procurei e achei no texto acima onde eles se alinham na Bíblia.

1) Primeiramente, a Ira, embora muitos possam imaginar o contrário, não é um sentimento pecaminoso em si. Devidamente dosada, pode nos estimular justamente contra as ofensas e as injúrias.

A própria Bíblia nos ensina, em Efésios 4:26: “irai-vos, mas não pequeis”, ou seja, é possível haver uma espécie de ira que não seja necessariamente obra da carne.

No texto de Provérbios diz que “o que ama, desde cedo castiga”. Pasme, mas o castigo também pode ser fruto do amor.

Embora seja classificada como obra da carne em Gálatas, a Ira pode ser circunstancialmente ministro do amor de Deus.

Muitos têm a enganosa impressão de que ira é o antônimo do amor, mas isso não é verdadeiro. O contrário do amor é o ódio e o ódio leva a indiferença, pois, “o que não faz uso da vara, odeia seu filho”.

Há tempo para se disciplinar de forma veemente, para se falar a verdade que pode doer, usar argumentos que machucam, mas que são instrumentos de cura e ensino para a vida.

2) O Amor, mesmo que tenhamos uma série de conceitos românticos sobre ele, é algo muito mais ligado à prática do que à inspiração. Sofrer, esperar, suportar, se posicionar contra a injustiça, em síntese, o amor é definido por atitudes. São as obras que ele movimenta, que demonstram nosso amor.

Muitos se ligaram a uma compreensão de que o amor se restringe ao que é educado, ao que sorri, ao gentil. Mas amor não é um mero tapa nas costas, pelo contrário, os profetas, por amor, rasgavam o verbo, dizendo: Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei”. Jesus disse que por amor, discípulos abandonariam pais, irmãos, e outras coisas fundamentais ligadas a este mundo.

O amor é uma atitude radical que nunca prevê os próprios benefícios do que ama, pelo contrário, sofre e suporta em favor dos outros, sem esperar nada em troca.

3) Ódio é sinônimo de indiferença. Quando não fazemos o que devemos, quando prevaricamos e nos omitimos de censurar, de advertir, de dar uma bronca, de ensinar o que é necessário, demonstramos ódio.

Quem odeia é homicida! Não fazer o que deve ser feito é, além de faltar com amor, cometer assassinato. Quando um pai não exorta seu filho, é sinal de que o odeia, ou seja, se omite pela indiferença.

Quando um crente, um justo, um conhecedor da Verdade deixa de dar seu testemunho perante a injustiça e a impiedade, é assassino.

Se eu disser ao ímpio: certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão”. Ezequiel 33:8

rafa,

na Casa Firme

1 comentários:

Anônimo disse...

É até hoje não tinha pensado por esse lado que o ódio nada mais é do que a indiferença. E concordo, o amor não deve se manifestar apenas nos abraços e carinhos, acredito que ele é válido MESMO quando se está presente da hora da correção, da exortação, enfim...
Um exemplo disso é o fato que se o pai não educa o filho, não o castiga, não impõe limites o mundo no futuro irá fazer isso, e não vai ser com "amor". Acredito que isso também vale para vários tipos de relacionamentos, desde os paternos os de amizade mesmo....