Conceito de unidade



Sinceramente, não consigo mais compreender os conceitos de unidade que têm sido difundidos por aí. Sempre ouvi dizer que temos que nos unir em oração, que devemos vestir a mesma camiseta, empunhar a mesma bandeira e bradar o mesmo grito de guerra.
Algumas tentativas para que isso ocorra são as reuniões políticas, envolvendo líderes evangélicos de uma cidade, concentrações em torno de um figurão “popstor”, as marchas, os atos cívicos e reuniões com líderes seculares, entre outras atividades baseadas em uma coisa que nunca foi empregada na vida e no ministério de Jesus: a falsidade!
Sabemos que conselhos municipais de pastores - em geral – se tornaram maléficos grupos de fofocas, onde o líder que não está presente é quase sempre alvo de críticas; que vivemos falando mal dos nossos governantes, criticando sua postura, suas alianças com todas as religiões, mas quando estamos lá, diante deles, na sala do poder, damos tapinhas nas costas e sorrisinhos; que as concentrações animadas por bandas famosas e super pastores nos servem de plataforma e visibilidade egocêntricas diante das multidões e que, lá em cima, fazemos cara de piedade, nos abraçamos, oramos emotivamente e fazemos alianças que nunca cumpriremos.
Enfim, o cinismo está à solta nessas relações, decretando a falência completa de um sistema de unidade cheio de furos e remendos humanos!
A verdadeira e necessária unidade, a do Espírito, independe das ações políticas superficiais, nas quais temos empreendido tanto tempo e esforço. Não precisamos nos agrupar para ser alguém nesta sociedade, demonstrar força como se fôssemos um partido qualquer. Não somos um partido e não precisamos tomar partido de nada, nem de ninguém, porque não somos uma parte apenas, somos representantes do Todo Poderoso.
Unidade é aquela que o Espírito lega à Igreja, concedendo um poder sobrenatural para que isso ocorra, chamado pelo apóstolo Paulo de “vínculo da Paz”. Esse vínculo é dado por Jesus para que possamos nos tolerar uns aos outros, nos respeitar e compreender que, embora sejamos diferentes, podemos seguir num mesmo rumo. Isto não é partido, é o todo de Deus em movimento místico sobre a terra!
O Senhor disse que nos deixou uma paz que não é a paz do mundo, ou seja, é uma paz suprema, poderosa para nos fazer andar numa mesma direção, mesmo que não vistamos a mesma cor, não tenhamos os mesmos preceitos teológicos, ou que sejamos calvinistas, arminianos, pentecostais ou ainda tradicionais.
Não é mais tempo de tentar estabelecer a paz mundana, baseada nos conchavos e nas alianças com o mal, para as quais deve-se abrir mão de algo para obter um bem maior - os fins justificam os meios. Este é o tempo de nos submeter a Deus e a sua Palavra, respeitando a visão que a chama do Espírito proporciona a cada pessoa, ouvindo com carinho, examinando tudo e retendo o que é bom.
Tempo em que a Unidade não significará mais essa luta inútil pela uniformidade (deixemos isso para os partidos políticos e para a maçonaria). A Unidade será a vitória da tolerância e do respeito às diferenças, ou seja, a vitória do “vínculo da paz”.

rafa – observando!!

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