Faz um mês que Leelah Alcorn cometeu suicídio


“Não fiquem tristes, a vida que eu viveria não valeria a pena… porque sou uma pessoa trans. 
Consertem a sociedade. 
Por favor”.

Leelah Alcorn, 
garota trans de 17 anos, em seu blog 
no dia 28 de dezembro de 2014, 
pouco antes de caminhar em direção à morte, 
diante de um trailer 
na interestadual 71, 
de Ohio.

Almar


E a maré filosófica revolve em nossas mentes, confronta conceitos erráticos, jogando fora toda moralidade e religiosidade estúpida, tal como o mar, em seu natural movimento, rejeita as imprestáveis sujidades nele lançadas.

E ondas vão e vem, fazendo ver as oportunidades reveladas no quadrante temporal. 
Um dia após o outro, mês a mês, ano a ano, de era em era, um presente para cada dispensação.
Respeitemos o tempo, reconheçamos as chances e, sobretudo, abracemos a sabedoria colecionada no montante dos dias. 
Amemos com toda intensidade de nossas almas! 
Suportando tudo, tolerando a todos, agregando ao máximo, aumentando em conhecimento, crescendo, ampliando, evoluindo.

Rafael Reparador

Fênix


Já não sei quem sou, preciso voltar a compor
e derreter o bloco de palavras que me mantém de pé.
Preciso cair no chão!
Vou tirar a mão, deixar acontecer.
Ruir, despedaçar em milhões de peças pra depois montar.

E nascer de novo e sentir de novo
o frescor do vinho que inebria a alma,
que traz riso fácil.
Alegria dócil, o olhar nos olhos, a sinceridade.
Coisas muito boas que são as pessoas que seguem vivendo, e se apaixonando, e se entretendo...
e se permitindo, e se libertando, e se entregando.

Já não sou refém! Já não sou de alguém!
O meu voo é livre, sigo em queda livre, me despedaçar.
Mas não sinto dor, sinto só o amor...
pela liberdade, por minha verdade e minha paixão!

Vou tirar a mão, deixar acontecer...
Vou me entregar, me deixar levar e vou renascer.
Do meio das cinzas, numa madrugada vou te encontrar.
Vou abrir o jogo, vou me desnudar, vou emudecer e deixar falar através dos gestos e da poesia de uma nova dança que talvez nunca mais se verá.

Rafael Reparador

Solidao do personagem




Eu sinto solidão de mim 
Saudade de ser eu, enfim. 
De ser quem ainda não fui. 
Movendo a pedra que me obstrui. 
Queria poder dizer pra Deus. 
Os segredos entranhados meus. 
Queria poder falar ao vento. 
O que há dentro de mim neste momento. 
Queria, mas querer não basta. 
Há um aguilhão e uma canga nefasta. 
Um personagem que sempre disfarça. 
Um nó apertado que me prende a esta farsa. 
Uma fantasia modesta e justa. 
De um homem rude com aparência robusta. 
De alma sensível na busca que sempre quis. 
Ser amado, aceito, bem quisto e feliz. 

Rafael Reparador

Medo ou desejo?


E se pudesse simplesmente formatar o mundo
Puxar a corda e fazer a sujeira sumir
Dar um comando e abrir um buraco negro
um anel de fogo, um vortex purificador
Se a gravidade acabasse totalmente
Todos seriam para o nada arremessados
e a terra, então, seria em um só instante
desinfectada de seu pior inimigo.

Precisamos urgentemente ser reiniciados!
Medo ou desejo?

Rafael Reparador

Donos da Bíblia?


A Bíblia não é dos teólogos, não é dos ortodoxos, nem dos hereges... 
A Bíblia não é nem dos cristãos!
Quando se criam mecanismos para melhor estudá-la, esses nunca deveriam se tornar "classificadores", produzindo elites pensadoras; cleros.
A Bíblia é de todos nós! Moisés disse para o Faraó: "deixe meu povo ir" e hoje a voz que clama no deserto diz: "deixem o povo ler, deixem o povo seguir, deixem o povo interpretar e buscar sua visão de Deus, através de sua relação íntima com seu Filho". 
Que todos, estudiosos de todos os níveis, certificados ou não, doutores ou não, leigos ou clérigos possam desfrutar dessa mesma fonte livremente, sem que ninguém usurpe o lugar de superioridade. Respeito por todos os filhos que caçam e buscam, à sua maneira, o conhecimento do Pai!
"Você conhece alguém que se julga sábio? Há mais esperança para o insensato do que para ele". Provérbios

Rafael Reparador

Qual lei devemos seguir?


Existe duas formas de se posicionar diante da questão da homossexualidade e de quaisquer outras questões "morais", em minha opinião: 

1) através da lei obtida pela doutrina do cristianismo;

2) através da lei do Cristo.

Para a religião cristã, que se baseia nas leis morais interpretadas a partir dos conhecimentos bíblicos, homossexualidade é caracterizada como pecado, ou seja, desvio moral, não importando suas "causas", origens ou fisiologias.

Para o Cristo, segundo minha observação, o amor, a aceitação e a tolerância às individualidades vão além dos aspectos morais. 
Me baseio no fato de que moral é coisa humana, estando abaixo de Deus, servindo sempre para destacar santos e profanos, formando elites clericais, ou seja, fazer distinção entre pessoas a partir da classificação entre pecados e pecados.
A história mostra isto de forma bem clara, revelando períodos em que a homossexualidade era tida como normal e outros em que foi tratada como perversão. 
Lembrando que desde o princípio, mulheres são tidas para a religião cristã como servas do projeto masculino, que houve tempos em que judeus, negros e índios eram classificados como menores do que os brancos pelo cristianismo e que homossexuais são tido como pervertidos por nossa mesma religião, temos o dever de, no mínimo, questionar a nós mesmos, nossas tradições e ao próprio Messias, se não estamos sendo, mais uma vez, conduzidos por moralismo fundamentalista bíblico.

Decidamos qual lei devemos seguir!

P.S.: "Quem acha um erro evoluir, quem se sente mal em mudar de opinião precisa de libertação do ego, urgente".

Rafael Reparador