Passado/Futuro


Pra uma pessoa assim como eu, que vive um dia de cada vez, que não faz planos com raio de visão superior a uma semana, enxergar os altos e baixos da vida é uma tarefa que se dá apenas na observação da linha história, a timeline da vida real.

Lógico que sinto a profundidade de um vale, com suas paredes lúgubres e aquela solidão angustiante, bem como a euforia de estar no topo de uma montanha emocional, cravando a bandeira de alguma conquista, seja ela do tamanho que for. 

Mensuramos segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, biênios, decênios etc. na expectativa de ter em mãos algum controle sobre os fatos que constroem nossa existência, ou ao menos, queremos pontuar esses fatos, dando ênfases em momentos mais e menos importantes. 

Pra alguns desses fatos criamos sinais que produzem a sensação da saudade, pra outros, criamos bandagens, camadas de proteção, na ilusão de nunca mais nos lembrarmos deles, mas as cicatrizes emocionais estarão pra sempre lá. Fato!

O Facebook tem aquele aplicativo interessante que traz alguns pontos de memórias virtuais, os quais representam momentos compartilhados em nossas timelines. Algumas dessas recordações renovam sensações, trazem à tona pessoas e situações que passaram por nossas vidas com alguma importância. 

Tempos atrás compus uma canção que falava de brindes a momentos inesquecíveis junto de pessoas que eu nem me lembro mais. A música, uma ode que batizei de “Musa Memória”, é singela demais, mas representa muito pra mim, saudosista que sou.

O fato verídico e que temos algum controle sobre o passado – a história - mas sobre o futuro nada sabemos. Apenas podemos desejar, intuir, bradar, lançar energias para o Universo, usar virtudes como a fé e a esperança para plantar algo no solo do porvir. 

Com este texto que une passado e futuro, quero desejar um Feliz 2016 a todos os amigos das esferas mais e menos pessoais, reais e virtuais. Estejam vocês onde estiverem, espero que fiquem bem, que se divirtam e curtam bastante cada um de seus momentos.

Desejo também que nós (eu e cada um de vocês) possamos cumprir com nossas chamadas nesta existência efêmera. Que as músicas e as palavras brotem gerando poesias, canções e crônicas que fluam como rios de positividade, transbordando solidariedade, identificação, amor, esperança e fé contagiantes.

Nada sei sobre 2016, mas espero que ele seja uma expressão da síntese citada por David Bowie que acabei de redescobrir no app de lembranças do Facebook:

"Eu não sei aonde eu vou a partir daqui, mas eu prometo que não vai ser chato." 

Rafael Reparador

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