Amor em três atos!


Fui sincero demais, me tornei tão perigoso. 
Fui menino demais e deixei pra trás o jogo. 
Um momento talvez, seja eterno e fugaz. 
Um momento outra vez e o presente olha pra trás. 
Se o amor é tão grande que se espalha no mundo.
Já não cabe no peito de alguém tão pouco profundo.


E se der as mãos e olhar nos olhos
Se tocar na pele, adentrar no escuro
Se ocupar os vazios por trás do muro
Se provar o mel e o fel um do outro
Se sentir a dor e o favor de se dar 
Se buscar o riso e a lágrima juntos
Se viver for compartilhar o presente e o futuro
Então o amor é real e o elo imortal e duro. 



- Acaso pensas que não sei do que falo, 
Quando digo, quando berro ou quando calo?
O amor é pra mim como barco
Onde cabem apenas dois, três ou quatro. 
Não se pode expressar em palavras apenas
Mas em atos, em fatos, em pequenos hiatos
De uma vida vivida quase sempre pra si
Egoísta, narcisista, regionalista, limitada. 
O amor está na estrada, está na vila, na caminhada, 
na peregrinação, na jornada. 
Está marcado no peito e na memória dos que 
por ele foram tocados
Em cicatrizes, lembranças, nas recordações dos perdoados. 
Sim, o amor é o perdão, a remissão, 
o fim do ódio e da omissão. 
É a dinâmica dos romances e das lendas, 
é a epopeia em ação. 
É a ordem divina que ressuscita o pobre coração. 
Enriquece, enobrece, promove e dá sustentação.

Rafael Reparador

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