Reflexões sobre a Avareza


Na Bíblia encontramos diversos versos e passagens que atestam o caráter maldito da avareza. Paulo de Tarso, apóstolo temporão do Mestre Jesus disse: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males”.


Sim, segundo o Google a “avareza é a qualidade ou característica de quem tem apego excessivo ao dinheiro, às riquezas”.

Em outros escritos do Livro Sagrado dos Cristãos, diz-se que: “os enganos das riquezas sufocam a palavra”, Jesus de Nazaré, que também disse: “não podeis servir a Deus e as riquezas”, além de deixar uma orientação expressa a seus seguidores, ressaltando: “acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer pessoa não consiste na abundância do que possui”. 

Do outro lado da moeda, Maquiavel também deixou suas orientações a seu séquito, dizendo: 

"1°) Zela apenas pelos teus interesses; 2°) Não honres a mais ninguém além de ti; 3°) Cobiça e procura fazer tudo o que puderes; 4°) Sê miserável; 5°) Logra o próximo toda vez que puderes." 

No vernáculo popular brasileiro, alguns sinônimos de avarento são: agarrado, avaro, casquinha, esganado, fominha, forra-gaitas, fuinha, gaveteiro, ginja, mão fechada, mesquinho, migalheiro, miserável, muquirana, pão-duro, sórdido, sovina, tacanho, tranca, unha-de-fome, vilão etc.

Em excelente texto, escrito há mais de 10 anos por Frei Beto, o vigário socialista sentencia que “a avareza é alma do sistema capitalista: a paixão pelo dinheiro”; e também que ela “é um pico muito alto numa ilha de prosperidade cercada de miséria por todos os lados”. 

Para Freud, dinheiro relaciona-se com excrementos. A criança, na fase anal da primeira infância, retarda o ato de defecar por temer perder parte de si. Do mesmo modo, o dinheiro é retido como se fosse parte do ser da pessoa. Na moeda/fezes estão implícitos trabalho, esforço, suor, tempo. Desfazer-se dela em troca de nada é dar sem receber. No avarento, a identificação sujeito-objeto é tamanha que perder uma parcela de sua renda é como amputar um membro.

Para Buda, Avareza, Ira e Estupidez, são chamados de “os três venenos, em que a avareza significa tornar-se um escravo da fome, dos desejos sexuais, do ato de dormir, da busca pela fama, entre outros”.

Para Osho, “no momento em que a pessoa se torna avarenta, se fecha para o fenômeno fundamental da vida: a expansão, o compartilhar, ou seja, quando alguém começa a se apegar a coisas, perde de vista o verdadeiro alvo, trocando o ser por coisas”.

Tomás de Aquino classifica: “se a soberba se situa na ordem do ser, a avareza concerne à ordem do ter” e ainda salienta que a avareza é fonte de injustiça, dizendo: "ninguém pode nadar na abundância de riquezas exteriores sem que outro passe necessidade".

Por fim, Santo Isidoro sentencia: “a avareza tem nove filhos: a mentira, a fraude, o furto, o perjúrio, a ambição, os falsos testemunhos, a violência, a crueldade e a rapacidade (que tem costume de roubar)”. 

Rafael Reparador

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