A transcendência do espírito


“Entretanto, o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas virtudes não há Lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos”.
Paulo de Tarso aos Gálatas.

Limitado ao corpo e ao raio de acesso de uma alma humana, o espírito está como que preso a uma jaula de carne e osso, contido em um invólucro incapaz de revelar integralmente em seu exterior a dimensão verdadeira de sua luz e influência.

Destinado a coisas enormes, maiores do que a própria existência limitada do ser visível, tangível, o espírito pode transcender a própria existência frágil da carne, excedendo seus limites.

Em antítese à vida no espírito, a vida na carne - segundo explicado pelo apóstolo de Cristo no fragmento acima citado - deve ser entendida como aquela que é pautada pelas paixões e desejos humanos. 

Segundo interpreto, paixões e desejos humanos, referem-se à corrupção, ou seja, a deterioração da destinação altaneira de uma vida movida por virtudes espirituais. Uma vida pautada na corrupção limita o ser humano à inveja, às inimizades, às iras, às manipulações, entre outras práticas essenciais que demonstram um desvio da conduta humana.

Viver com base no espírito é viver para o bem, é viver pautado no amor (maior de todos os princípios), é viver em fidelidade aos maiores desejos da civilização, os quais devem sempre conduzir o ser humano e todas as sociedades à igualdade, à generosidade, à lealdade e à paz.

Uma vida no espírito transcende, assim como uma vida na carne transparece. Enquanto a primeira influencia para o bem, a outra influencia para o mal. Uma promove, apoia e justifica, a outra denigre, destrói e prejudica.

Rafael Reparador

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