Balaio de raças, classes e gêneros
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Operários - Tarsila do Amaral |
Hétero: palavra de origem grega, que encerra a ideia de outro, de diferente! Tudo que é composto pelo radical "hétero" remete à concepção de desigual, não semelhante, que é diverso do primeiro.
É o oposto de Homo, que significa igual, semelhante, parelho.
No exato momento em que se definem gêneros, a partir dos aparelhos e morfologias, ou quando se definem raças por características, ou classes em virtude dos grupos a que se pertence, cria-se a inexorável DIFERENÇA.
Diferenças são a razão de todos os preconceitos, de todas as discriminações e criam toda sorte de classismos, elites e plebes, nata e gentalha, bons e maus, cleros e leigos, doutos e ignotos e por aí vai.
A primeira 'heteronormatização' social se deu entre os sexos!
É ancestral a supremacia do homem em relação a mulher. Estranho, pois, em raiz, somos todos homo, porque somos, em virtude da taxonomia - estudo que define os grupos de organismos biológicos - "homo sapiens"; somos a humanidade.
Adentrando no campo da Bíblia, me recordo de uma das teologias revolucionárias que o apóstolo Paulo compartilhou em sua carta aos gálatas, na qual definiu que, através da obra de Cristo, "não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher", resgatando, em minha visão, a equidade entre todos os seres humanos.
Em resumo interpreto 'nem grego, nem judeu' com inexistência de raças entre os humanos; 'nem escravo ou livre', ou seja, não devem existir classes; 'nem homem ou mulher', pois todos somos iguais, não importando as definições de gênero.
Em suma, no fundo, no fundo, na mais primeva definição, somos todos HOMO.
Rafael Reparador