O 2º Livro dos Reis 6: 24 até 7:16, narra um episódio dramático da história de Samaria, quando a mesma foi cercada pelo exército dos Arameus. A estratégia de ataque consistia em simplesmente manter os samaritanos restritos à sua própria cidade, não permitindo a saída do povo para que tivesse acesso a suprimentos.

Após um tempo, entraram em tão profunda crise que algumas pessoas passaram a viver em estado de grande miséria, chegando à bizarrice de sacrificar os próprios filhos para se alimentar.

É no meio desse quadro que entra em ação a palavra do profeta Eliseu, anunciando um livramento milagroso e espetacular da parte de Deus, o qual lançou grande confusão e medo sobre os arameus, que bateram em retirada, deixando todos os suprimentos para traz, junto com grande quantidade de ouro, prata, roupas e animais.

Com esta história extraordinária, enxergo a oportunidade de compartilhar um bom exemplo de atitude diante do medo causado pelo cerco que sofremos como igreja perante o mundo que nos envolve.

Temos sido espremidos todos os dias a uma vida monástica e cada vez menos identificada com a realidade do mundo que se perde.

Conceitos de respeito ao meio ambiente oprimem nossa tradicional expressão como igreja evangélica, quando somos obrigados a baixar o volume do som em nossos cultos; extremismos da liberação sexual nos transformam em criminosos quando expomos nossa visão bíblica acerca do assunto; temos ainda o pseudo conforto de uma vida paradisíaca entre irmãos, a qual, após um tempo de “lua de mel”, sempre acaba gerando conflitos que não raramente nos levam a atitudes antropófagas (como no caso das mães que comeram os filhos neste texto que estamos usando na reflexão).

Penso que todas as grandes mazelas que temos sofrido como instituição igreja na atualidade consiste no cerco em si ou em suas conseqüências diretas.

Estamos vivendo sob esse cerco empreendido pela Babilônia, pelo mundo secular, assim como Samaria foi cercada pelos Arameus.

Passamos fome e somos oprimidos quando não cumprimos com nosso papel original de igreja / Eclésia / chamados para fora, que é o de sair pelo mundo, anunciar a Boa Nova, testemunhar o poder da ressurreição e fazer discípulos em todas as nações.

Quando entramos nesse estado infrutífero, uma psicose toma conta de nossas mentes, a koinonia que outrora era lugar e estado de grande conforto, agora se torna uma enfermidade, a“koinonite” e passamos a vivenciar patologias em nossos relacionamentos.

Tudo por causa do cerco e da inoperância que o inimigo nos impôs!

No texto, quatro leprosos, que não tinham nada a perder, refletiram sua situação com tamanha lucidez, entendendo que ao ficar encurralado morreriam e que somente partindo para o confronto, teriam alguma chance de sobrevivência.

Eles representam as coisas loucas deste mundo, as coisas malditas, rejeitadas, pecadores, em quem Deus faz superabundar graça e misericórdia.

Sua atitude diante da adversidade é para mim hoje um exemplo de superação e ousadia que devemos esperar para nossas congregações.

Devemos sair e encarar os inimigos, sabendo que se Deus está ao nosso lado, alguma coisa espetacular irá acontecer, algum livramento será efetuado, pois sua Palavra nos favorece, contudo, que é louco o bastante para ir contra aquilo que parece mais forte do que você?

Espera-se por uma geração louca, cuja loucura é tão somente crer de forma literal no que Deus falou.

rafa,

Na revolução