A diferença entre prestar culto e congregar
Na caminhada da vida cristã, tenho sempre a oportunidade de compartilhar com várias pessoas. Na mesma medida em que nosso ministério está sempre envolvido com diversas eventualidades da igreja institucional, sempre me vejo cercado de ocasiões junto de irmãos em situação de indefinição, em cima do muro, alguns totalmente afastados e chateados, ou até irados com a instituição igreja.
Estar lá com eles - tanto os primeiros quanto os últimos - e conversar sobre um projeto espiritual mais pessoal é sempre um tempo de muito esclarecimento pra todos, inclusive pra mim.
Tenho visto a possibilidade de se viver uma vida cristã genuína num modelo mais pessoal, menor e, sobretudo, menos ritualista.
Tenho compreendido que o culto que realizamos nas igrejas evangélicas, muitas vezes, não traduzem princípios bíblicos originais que definem o "congregar".
Nossos cultos, na verdade, têm se transformado geralmente em rituais humanos. Ora, muitos entre nós temos sede ritual, desejo de prestar culto, de unir-se a divindade, buscar experiências místicas, mas isso não significa "congregar"
Consegue me entender??
Não há nada de mal em praticar o ritual, em buscar por novas experiências místicas, mas o lance é que congregar não é bem isso.
Deus tem revelado em minha busca que a experiência que já vivo há anos é a de uma igreja em movimento, que não depende de locais, de horários e nem de rituais. É uma presença viva e constante em mim que, ao se conectar com outros filhos da paz, ativa a “congregação”.
Embora não seja um mal em si, nossa tendência mística é a de sempre transformar as reuniões em rituais. A própria adoração com música é um ritual e é uma bênção, um momento forte de veneração que pode nos enlevar espiritualmente, mas ainda assim, congregar não é isso, torno a repetir.
Com a igreja em movimento, eu levo a congregação junto comigo e o milagre do estabelecimento da Igreja se dá com força, não importando onde eu esteja, nem mesmo o modelo que adoto. Não depende de se cantar uma canção, de se fazer uma oração, de se ter as palavras certas no momento exato, mas de estar juntos, unidos e alinhados no Espírito.
Qual é a relevância disso que estou falando aqui? No fato de que a maioria das pessoas que freqüentam as igrejas evangélicas hoje estão ligadas ao culto e não à congregação. Acabam vivendo uma experiência cristã rala, sem as verdadeiras substâncias que promovem a edificação dos filhos de Deus. Sua ligação com o Corpo de Cristo é exclusivamente ritual o que, não raramente, significa uma prática religiosa como outra qualquer.
Não vou aprofundar muito isso aqui, mas quero somente chamar a atenção ao fato de que nosso Deus não se importa com o ritual e sim com o relacionamento. Portanto, a experiência do congregar, mesmo que entre dois ou três pessoas, será infinitamente superior a qualquer celebração litúrgica que sejamos capazes de confeccionar em nossos prédios, reunindo centenas ou milhares de pessoas num culto.
rafa,
na revolução