O olhar de Jesus


Marcos 6, diz que Jesus olhou para uma multidão e sentiu compaixão, porque eles eram como ovelhas sem pastor. Já preguei sobre esse texto várias vezes, mas, ultimamente, fui impelido a olhá-lo por outra perspectiva. A perspectiva de como Jesus vê cada pessoa no meio da multidão.

Para Ele, cada ser humano é uma ovelha.

Alguns podem até possuir restrições sobre ser descritos como ovelhas. Uma ex colega de trabalho, certa vez, reclamou sobre essa designação, dizendo que ser enxergada como uma ovelha da parte de Deus era algo sem graça, pois não gostava desse animal que, segundo ela, é um bicho sem atitude, com aparência de bobinha etc.

A mim parece que o lance da ovelha faz muito sentido espiritualmente, pelo fato desse animal viver coletivamente, ter necessidade do constante cuidado do pastor e também pela característica delas serem divididas em rebanhos. Isso tudo me soa como uma excelente descrição do que entendo como uma macrovisão da igreja.

Mas, sabendo agora que pessoas são ovelhas, vamos passar para uma nova etapa dessa visão e saber como é que Jesus vê as ovelhas?

O texto bíblico que citei lá em cima diz que Jesus sentiu compaixão das ovelhas e isso faz dele um observador especial.

Jesus é um pastor! Ele ama, cuida, preserva e, sobretudo, dá a vida em favor das pessoas.

Pastor é isto, alguém que dá sua própria vida a todos os que aceitam sua mensagem, que não cuida de seus próprios interesses, não perdendo tempo com negócios desta vida e que ainda conduz a comunidade à liberdade dos currais de exploração, que são as instituições de dominação coletiva.

Contudo, as ovelhas não estão sendo somente observadas por Jesus. Outras pessoas e grupos olham para elas e cada qual tem uma visão específica da ovelha.

Assim como o Frajola enxerga o Piu Piu como um mini frango assado, existe a Vovó que o vê como seu amado bichinho de estimação.

Tudo uma questão de perspectiva!

É em João 10 que vemos descritas perspectivas relativas sobre as mesmas ovelhas, que nos dá algumas características que existem no cenário religioso deste tempo da igreja na terra. Vejamos:

1) O mercenário é o extremo oposto do pastor, pois olha pras ovelhas como fonte de lucro, como produto, como números e possibilidades de alcançar seus objetivos pessoais.

Ele não tem cuidado das ovelhas e foge diante do perigo iminente, representado pelo lobo.

Ele não é um ladrão, é diferente. Ele é um assalariado, alguém que só está ali pelo dinheiro. Ele não é um assassino, não quer tirar a vida das pessoas, só faz delas o seu negócio, sua fonte de renda e subsistência.

Essa espécie de relação com as ovelhas hoje em dia é a mais comum, sem dúvida.

2) O ladrão é um assassino destruidor, pois quer arrebatar as ovelhas motivado em seus próprios pensamentos. Ladrões são os falsos profetas, falsos mestres e falsos apóstolos que têm espalhado doutrinas mentirosas e opressoras que, além de não conduzir à vida e ao pastor prometido pelo Senhor, oprimem as ovelhas, subjugando-as.

- Esses fariseus vêm para matar, pois fazendo discípulos com suas falsas doutrinas formam filhos para o diabo como eles próprios são, trancando as portas da salvação e dos céus para si e para outros.

- Vêm para roubar fazendo uso indiscriminado e sem o menor peso na consciência da lã e da gordura do rebanho, respaldados por doutrinas de honrarias, semeaduras, prosperidades barganhadas etc.

- E vêm para destruir com suas doutrinas legalistas travestidas evangelho, deixando um rastro de desilusão e tristeza na vida de todas as pessoas que, achando ter conhecido a Luz, na verdade só estavam vendo uma fraca doutrina legalista, comendo gato por lebre, as quais terminam frustradas em sua terrível e falsa experiência cristã.

3) O lobo, neste texto, é o símbolo do inimigo das nossas almas, o diabo. Com sua matilha representada por uma sistemática maligna e opressora, que através das instituições corruptas levam as ovelhas à morte, ao invés de conduzi-las a lugares de descanso, segurança e alimento.

O lobo cerca sua presa, reduzindo suas chances de fuga, trazendo desespero, tirando suas forças pelo medo e opressão.

Assim o diabo tem feito com muitas ovelhas, utilizando, muitas vezes, os próprios ladrões, mercenários e todos os que, não tendo o coração do pastor, conduzem o rebanho segundo seus próprios interesses e pensamentos da alma.

Corramos aos braços do Pastor Verdadeiro, que nos conduz à liberdade e à paz.

rafa,

na revolução

1 comentários:

Rafael Reparador disse...

A igreja não conseguiu abandonar a aura dos cruzados. Parecem estar sempre à procura de bruxas e hereges a fim de, pela força de sua ignorância massificada - tal qual um tacape - impor seu gosto e posição.

Que distância essa instituição herética conseguiu chegar de Jesus e de sua sã doutrina.

Muitos irmãos e pastores impressionam pelo tamanho de sua cegueira e maldade.
Temo que muitas igrejas estejam sendo povoadas de ovelhas cevadas, as quais juntos com seus apóstolos, bispos e derivados, rumam velozmente para o inferno.