A voz que nunca irá se calar
Amós foi um pequeno produtor rural que deixou sua vida tranqüila no sul do país para anunciar a Palavra de Deus no norte.
Denunciando as práticas injustas e pecaminosas que aconteciam no meio da vida religiosa de Israel, acabou confrontando diretamente as estruturas do rei Jeroboão II e dos sacerdotes que estavam ao seu comando da condução da vida espiritual da nação.
Em seu ministério, o profeta não trouxe somente uma palavra de julgamento para as nações pagãs, mas também para o povo escolhido que, se considerando salvo, estava sob a mira da condenação de Deus, ainda que não acreditassem nisso.
Acusou um regime de ostentação e luxúria dos ricos que oprimia aos pobres, explorando-os e condenando-os à miséria e, ainda assim, praticavam seus rituais a Deus, orando, dando seus dízimos e esmolas, tudo, segundo o profeta, para aplacar sua própria consciência.
Com este texto de Amós que separei pra refletir, quero trazer à tona algumas características que farão parte do chamado profético também nos dias atuais. Ações e reações que marcam o eterno litígio entre o religioso institucional e a genuína profecia que manifesta a Palavra Viva e Eficaz do Reino de Deus.
Amós 7:12 – 17
1) A 1ª reação da religião é repelir o profético
V. 12: “Então, Amazias disse a Amós: Vidente, vá embora daqui. Retire-se para a terra de Judá. Vá ganhar a sua vida, fazendo lá suas profecias”.
O profeta chega diante da autoridade constituída e dispara a sã doutrina. Resultado: se manda daqui, cara! Vai profetizar em outro lugar; aqui não é sua terra; vai trabalhar...
Profeta, esteja preparado para ouvir esses tipos de frases das igreja!
2) Santuário de Deus ou de homens?
V. 13: “Não me venha mais fazer profecias em Betel, pois isto aqui é o santuário do rei, e o templo do reino”.
Caraca, que sinceridade!
Os pastores deveriam admitir que as igrejas que presidem são suas, mas do contrário, pregam dizendo que ali é a Casa de Deus, que é a Igreja do Senhor, ou como me disse um pastor esses dias, a “menina dos olhos de Deus“.
Contudo, são os proprietários e decidem tudo o que acontece ali, quem fala, o que se fala, quando fala.
Da mesma forma que Amazias ordenou que Amós se mandasse dali, dizendo: profecia aqui não, pois quem manda aqui “sou eu”, hoje, os pastores, como donos de seus rebanhos, impedem, expulsam, calam, apedrejam todos os que discursam diferente de seus ideais.
Quiz: Quem é que manda la na sua igreja?
3) Profetas devem ter autonomia
V. 14, 15: ”Amos respondeu a Amazias: eu não sou profeta, nem discípulo de profeta. Eu sou criador de gado e cultivador de sicômoros. Foi Yaweh quem me tirou de trás do rebanho, e me ordenou: Vá profetizar ao meu povo Israel”.
Que forte isso! Um profeta com total liberdade e autonomia para falar, sem vínculos institucionais, pois não representava uma denominação, um discipulador, uma igreja, nem uma visão, mas o próprio Deus.
Foi Deus quem o despertou do meio de sua humilde vida de camponês e, assim como Moisés, Maria, José, Pedro e muitos outros exemplos da Palavra, Amós estava trabalhando e vivendo normalmente quando o Espírito da profecia o tomou para si.
Fique sabendo agora de uma coisa fatal! Talvez alguns não entenderão agora, me julgarão, dizendo: 'eu sempre soube que ele era um rebelde mesmo', mas eu não estou preocupado com isso neste momento. Saiba: um profeta de verdade deve ter sua boca livre e não pode ter vínculos institucionais que comprometam a revelação que recebe de Deus.
Um profeta de Deus não pode ter medo de perder o salário da igreja, um dizimista, uma boa oferta da convenção onde irá pregar. Ele fala o que Deus manda falar, doa a quem doer e fira a quem ferir.
Esteja pronto, profeta!
4) Rejeitar o profético irá trazer danos
V. 16, 17: “Pois bem, escute agora a palavra de Yaweh! Você está dizendo: ‘não profetize contra Israel...’ assim diz Yaweh: ‘A sua mulher vai se tornar a prostituta da cidade; seus filhos e suas filhas vão morrer a golpe de espada, sua terra será repartida na corda, e você mesmo irá morrer em terra estrangeira. E Israel será levado para o exílio”.
É incrível perceber como estamos distantes do temor do Senhor nesta geração.
Quando eu, Rafael, prego ou escrevo uma palavra um pouco mais dura, as pessoas me dizem: Deus não é assim, você está enganado, Jesus já pagou o preço em nosso lugar...
Cambada de hipócritas, vocês sobem nos púlpitos e ficam jogando na cara de todo mundo os seus pecados, perseguem os homossexuais, os adúlteros e até a Rede Globo, mas agora que são confrontados nos seus próprios delitos, dizem que Jesus os agraciou com o indulto. Esse Deus que vocês idealizaram em sua mente corrupta, que os privilegia, não é Yaweh! Deve ser o bezerro de ouro que ergueram em seus cultos com suas músicas de invocação de prosperidade e bem estar para suas famílias. Pois o Deus a quem tenho ousadia de dizer que represento hoje, não faz acepção de pessoas e Sua justiça irá ferir a todos nós, sem distinção!
Se liga no que Amós disse para Amazias e trema, pois tudo aconteceu como ele disse e ficou escrito para testemunho da posteridade.
Abram os olhos, pois algumas de suas igrejas já estão se prostituindo e em breve ficarão vazias, alguns serão despejados de seus prédios por não ter mais dinheiro para pagar suas extravagâncias, líderes que outrora estavam cercados de fãs e adeptos, morrerão solitários no mais completo ostracismo ministerial, e terão suas obras no Senhor esquecidas.
Enfim, ouçam enquanto é tempo...
rafa,
Na revolução!