Parecia ódio, mas era amor!


Você me viu com a faca na mão e pensou que eu vinha pra te ferir.
Você me ouviu falando bem alto e achou que não era de bom tom.
Você sentiu o peso da minha mão e se magoou por eu ser assim tão rude.
Você procurou em mim a beleza dos artistas,
mas percebeu que eu não era um.
Você tentou achar em mim a riqueza dos felizes e prósperos,
mas descobriu que eu era só mais um pobre na multidão.
Você esperou que minhas palavras produzissem resultados,
mas se chocou ao ver que eu não tinha a magia.

Mas com a minha faca eu tentava abrir em seu pescoço
um buraco por onde pudesse respirar.
Quando eu falava alto, gritava procurando te fazer voltar à razão.
Quando dei um soco no seu peito, queria fazer seu coração voltar a bater.
Tentando te mostrar que a beleza era algo efêmero,
que dinheiro não é sinônimo de felicidade e
que a verdade é um poder ligado ao Eterno.


Rafael Cardoso

Geração Jonas




O profeta foi chamado, mas, ao pegar o barco, desviou-se do caminho e seguiu no rumo do mundo.
- Vou pra onde o resultado virá - ele pensou - pois preciso ter o mínimo pra me sustentar.
Por amor e por graça, medo e incompreensão, foi lançado no mar, virou comida de peixe e lá no meio das trevas se pôs a pensar.
- No começo eu tinha um caminho, uma palavra e uma visão. Sabia exatamente o que fazer e estava tão cheio de convicção – lamenta! - Onde foi que eu caí, mostra-me, Senhor. Ajuda-me a voltar ao meu primeiro amor.

Muitos, hoje, estão no ventre do grande peixe, vivendo em trevas solitárias em virtude de suas buscas pessoais e/ou institucionais, empreendidas sempre em oposição a vontade de Deus!
Sobretudo, quando se trata desse viés capitalista, que encara o sistema de coisas com a mente no resultado, no ganho e na conquista, fugindo da missão, enveredando em rumo ao lucro.

É necessário abrir mão de todo pensamento e conduta que não se encaixa na visão comunitária da Igreja de Jesus.
Esta não é uma questão espiritual, meramente... é ética e moral.
É a ética do Cristo, ao qual a Igreja representa, que está em jogo.
É a piedade do Mestre que deve ser imitada e não os vistosos e podres frutos apresentados pelos profetas midiáticos e seus mega empreendimentos ‘da fé’.
Não venda a alma, o chamado e a vocação, trocando o destino divinamente inspirado por uma vida de conquistas terrenais. Não troque o dom herdado por um alimento passageiro.

A casa permanente não é aqui e a herança também não será desfrutada aqui. Aqui é lugar e tempo de acreditar, ser um pequeno Cristo e imitar as suas obras, enquanto o ganho maior fica reservado para onde a traça não come, nem a ferrugem corrói.

Espero que ai sair de onde está, saia com uma palavra poderosa nos lábios, capaz de converter nações inteiras ao arrependimento.

Rafael Cardoso

"Delante de tu Altar" - Vídeo com imagens na Argentina



Violão, voz - Rafael Cardoso
Teclados - Rodrigo Wolker

Igreja




Veja o que te ancora ao Senhor, procure estar sempre por perto dEle, não meramente nos rituais, nos cultos e nas celebrações litúrgicas.
Aliás, tente encontrar-se com Cristo fora do culto, abrace-o, ache-o nos meandros da vida e no decorrer de sua história e isto mudará até o seu culto, pois ao invés de ter uma relação meramente ritual com Deus - partilhando de pequenos momentos congelados com Ele - passará a ser seu amigo, partilhando da vida simples e comum, no Espírito.

Deixe Jesus ser sua vida, todos os crentes sinceros um dia pediram isto a Ele. O Senhor não está em busca de perfeitos, mas de gente verdadeira, com pecados, com fraquezas... Deixe o Mestre te encontrar no percurso!
O esforço não é seu, é dEle, a visão não é sua, é dEle, por isso, creia, confie, renda-se...

Igreja é família, comunhão, troca, mutualismo, é estender a mão, entender o outro lado, conhecer, conviver.
Essa religiãozona evangélica e midiática, ora vigente, nada mais é do que um grande sistema de captação, manutenção e entretenimento irracional de multidões. Isto é o que a Bíblia chama profeticamente de Babilônia!

Ali dentro, muitos passarão a vida inteira sentados em bancos, num prédio ornamentado com temas cristãos, assistindo a pseudo cultos, sendo libertos de pseudo demônios, curados de pseudo doenças, inflamados em pseudo avivamentos, relacionando-se com homens pseudo ungidos, correndo o grave risco de, talvez, nunca se relacionar com o verdadeiro Ungido de Deus.

Troco toda a parafernália gospel pelo simples relacionamento com o Amigo e sigo firme meu Evangelho marginal, agradecendo a Deus pelo palco da internet e pelos irmãos/amigos verdadeiros que Ele me concedeu para segurar a onda neste mundo mau.

Rafael Cardoso

Canção "Mostra pra mim"


Visão do Isaías - a canção!


CARTA ABERTA DOS MÚSICOS "MENOS CONHECIDOS E DECADENTES" À EXMA. SRA. MINISTRA DA CULTURA MARTA SUPLICY.



Exma. Sra. Ministra da Cultura Marta Suplicy,

Nós, os músicos menos famosos, os desconhecidos, os decadentes, nos sentimos muito "tocados" com seu depoimento no jornal O Globo. Sim, temos muitas reclamações, a respeito do ECAD, da OMB, das políticas de incentivo à cultura, das rádios, das emissoras de televisão, do Jabá (que existe, e saiba, não por mérito nosso), da missão quase impossível de se viver de arte e cultura no nosso país.
Nos sentimos tocados pela falta de sensibilidade da Sra. Ministra diante de um país inteiro, repleto de GRANDES, DESCONHECIDOS E DECADENTES ARTISTAS, sim, pois para um artista, o que atesta a sua envergadura não é a fama, embora a Sra. Ministra acredite no contrário.
Um artista vive porque sua arte é essencial, vital...
Um artista vive pois há um mundo de sabores, dores, alegrias, emoções de todas as cores a explodir dentro do peito tornando insuportável a vida longe do palco...
Um artista vive porque nasce com um nó na garganta, que aperta mais e mais a cada dia de silêncio...
Um artista vive porque há por todo o mundo uma infinidade de cantos para se cantar, danças para se dançar, formas para se esculpir, imagens para se pintar, palavras para se escrever, idéias e ideais para se cumprir...
Um artista vive porque não há escolha, um artista não é artista porque quer, um artista é artista porque precisa.
Um artista vive pelo momento mágico do aplauso, da lágrima furtiva do público, do sorriso...
Um artista vive com tanto e tão pouco, pois o tanto pode ser apenas uma única pessoa tocada pelo seu fazer artístico.
Um artista vive pela necessidade de compartilhar sua vida com quem quer que esteja disposto a ouvir.
Um artista vive com a sensação de há sempre algo que ainda não foi dito.
Um artista vive por insistência única e imprescindível de ser sincero aos seus sentimentos, às suas emoções.
Um artista vive por teimosia...
Um artista vive dilacerado pela dor de não conseguir sobreviver da sua arte.
Um artista vive momentos de dúvida, de desespero e descrédito em si mesmo enquanto o tempo passa e as contas se acumulam...
Um artista vive sempre a se reinventar, a acreditar no novo, a buscar o passado para visualizar o futuro.
Um artista vive com a sensação de total desamparo diante de um país que esquece seus grandes artistas sejam eles famosos ou não.
Um artista vive a fazer planos, projetos, buscar apoios, patrocínios que nem sempre chegam ou dão conta do mínimo necessário para realizar o seu sonho.
Um artista vive dos seus sonhos, tornados realidade... ou não...
Um artista vive muitas vezes como pária, um marginal de uma sociedade de clones, de carimbos desprovidos de individualidade.
Um artista vive como o o último soldado a abandonar o campo de batalha, porque Sra. Ministra, embora a senhora não seja atingida, nós estamos no meio do fogo cruzado, nós somos o soldado que se mantém de pé e luta até a última gota de sangue, mesmo que a batalha pareça perdida... E enquanto houver um artista fiel aos seus ideais e sua voz se fizer ouvir em algum canto por quem quer que seja e uma nova emoção brotar desse encontro, a arte cumprirá a sua função de unir os homens. E é isso, Exma. Sra Ministra da Cultura Marta Suplicy, é isso que faz de um artista desconhecido, decadente, um artista verdadeiramente GRANDE.


Respeitosamente,
Eduarda Fadini - cantora, atriz, poeta, ARTISTA...



O que a vida me aprontou...




O que a vida me aprontou, Deus transformou.

Na fome e na sede que senti com pão e vinho me saciou;
Nos lances tristes que vivi sua alegria abundou;
Nos maus momentos que sofri a sua paz me invadiu;
Em todos os males infringidos sua justiça me acalmou;
Em cada morte que morri a sua vida superou...

Clicando “on” no meu espírito, ressuscitando minha alma, resgatando o sonho, restaurando o vigor, reiterando o chamado, reafirmando a vocação.

Enfim, morto com Cristo para o sistema que me rodeia,
Hoje estou mais vivo do que nunca estive.
Trocando o insosso amor de quem no fundo me odeia,
Pela verdade de quem, embora longe, dentro de mim ainda vive.

Rafael Cardoso

Canção "Perdidos no Paraíso"


Minha loucura



Você vem com essa loucura juvenil
e me diz que é muito louco ser assim
Com sua mente desbotada, deslavada, esfacelada
coordenada por idéias desconexas.

Mas eu digo que a loucura original produz força,
guerras e revoluções.
Não conforma com a forma dada ao mundo pela elite,
mas mergulha o labirinto e acredita no ideal.

O princípio estimulante é a própria vida por si só.
A substância entorpecente, alucinante, delirante é
a poesia, a melodia e o partilhar de minhas idéias,
Sempre em busca da justiça e do bem estar comum,
minha loucura é acreditar que o mundo pode ser melhor
e não fugir da realidade quando as coisas não vão bem.

Quero me manter assim: louco e vivo em minha fé.
Na esperança de que um dia meu delírio se transforme em realidade.

Rafael Cardoso